sábado, 3 de setembro de 2011

Nilton de Oliveira Sabino, o grande líder da ARUC


Quando a ARUC completa 50 anos, me vem a lembrança do grande símbolo de nossa entidade: Nilton de Oliveira Sabino. Grande líder da ARUC e do carnaval de Brasília no período de 1975 a 1980, com seu porte físico de quase dois metros e sua cor negra, já chamava a atenção naturalmente. Figura simpática que se relacionava bem com todos e abria as portas de sua casa para os amigos. Ele foi o responsável pela recuperação da ARUC depois do grande fracasso com a desclassificação em 1974. Assumiu a presidência em 1975 e fez um trabalho de renovação colocando como dirigentes da entidade o que ele chamava de Jovem Guarda cruzeirense, na qual me incluo. Aliado ao grande carnavalesco Roberto Lima Machado reconquistou o título logo no ano seguinte, quando ninguém esperava uma recuperação tão rápida.

Colaborei com a sua diretoria, inicialmente, na área de esportes, junto com o grupo do Ginásio do Cruzeiro. Em 1978 fui convidado a ocupar a vice-presidência da ARUC e passei a atuar efetivamente também no carnaval. Quando a ARUC ia para o desfile de 78, na W3, fui chamado às pressas na casa de Sabino, sem saber do que se tratava. Para minha surpresa, ele estava na cama passando mal e me passou a ordem de que era eu quem iria comandar a ARUC na avenida, uma vez que ele não teria condições físicas. Ato contínuo chamou sua esposa, dona Ana, e pediu que ela o avisasse caso alguém me desrespeitasse, pois ele tomaria severas providências. Argumentei ser muito novo para assumir uma responsabilidade tão grande como aquela e que não me achava preparado.

Não teve jeito. Ele insistiu e tive de assumir o compromisso de comandar a ARUC na avenida. Procurei meu irmão mais velho, Melão, e Heraldo, um dos fundadores da ARUC e freqüentador da casa de minha mãe, e comuniquei-lhes minha preocupação em não corresponder a expectativa de Sabino. Eles me tranquilizaram, dizendo que me ajudariam e que, com certeza, tudo daria certo. E foi o que aconteceu.

Todos me ajudaram e a ARUC fez um grande desfile e foi mais uma vez campeã. Me senti gratificado, acima de tudo por ter cumprido a missão passada por nosso grande líder Sabino, que confiou no meu trabalho. Mesmo não sabendo sambar, muito menos cantar, me tornei um dos colaboradores mais próximos de Sabino, até substituí-lo em 1980. Passamos momentos de extrema alegria, tristeza e dificuldades. Estou aqui até hoje colaborando voluntariamente para manter a ARUC vitoriosa e respeitada em Brasília e até mesmo em outros estados.

Só não entendo porque a classe política de Brasília ainda não percebeu isso. Uma vez que continuamos a luta de Sabino para regularizar a área onde funcionamos sem o reconhecimento das autoridades do Distrito Federal. Parodiando o primeiro samba de terreiro de 1961, “Muita gente se gloreia se o Cruzeiro morrer”, enquanto eu estiver por aqui, dificilmente isso vai acontecer. E lá de cima Mestre Sabino deve estar muito atento a isso, me passando a energia suficiente para sobrevivermos.

Helio do Santos com a colaboração do Moa e Rafael.

Minhas histórias na ARUC

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