Cultura



Em 1980 a ARUC passou a chamar-se Associação Recreativa Cultural Unidos do Cruzeiro ao inserir o "Cultural" em seu nome, sendo também alterado o seu estatuto com a inclusão da Vice-Presidência Cultural, conforme publicado no Diário Oficial do DF em 4 de novembro de 1980, após aprovação em Assembleia em 25 de outubro do mesmo ano.

Mas por que uma escola de samba teria um departamento cultural, se o samba já é uma expressão cultural? A intenção era promover atividade culturais no Cruzeiro e dinamizar, divulgar e promover atividades culturais em todas as suas manifestações. O samba ficaria com o departamento de carnaval. As demais formas artísticas ficaram a encargo do departamento cultural.

A partir de projetos já desenvolvidos pela comunidade do Cruzeiro, como o Cine Clube Gavião, a Semana Ecológica do Cruzeiro, as exposições de quadros e concertos ao ar livre que deram origem à Galeria Cruzeiro-Eixo e a Galeria do Povo (Cruzeiro Novo), um grupo de jovens cruzeirenses passou a integrar o Departamento Cultural da ARUC em meados dos anos 80, trazendo consigo os concertos de rua, o cine-clube e várias outras atividades culturais. O grupo era formado por Róbson Fogoió, Zé César, Ismael, Maurício Rosa, Walemberg, Irineu e Tomaz.
Nesse momento o Concerto de Rua é batizado como "Canta Gavião" em referência ao símbolo da ARUC, mas também à comunidade do Cruzeiro, chamada de Gavião em seus primeiros anos. Apresentaram-se no Canta Gavião nomes como Cássia Eller (que era moradora do Cruzeiro Novo), Liga Tripa, Odete Ernest Dias, Eduardo Rangel, Sopro e cordas, Goya, Aborto Elétrico, Léo Carvalho e muitos outros. O concerto é uma das referências culturais mais importantes do Cruzeiro. Tradicionalmente realizado nas tardes dos segundos domingos de cada mês, alternava-se entre o bosque da quadra 10 no Cruzeiro Velho, a Quadra 403 do Cruzeiro Novo, em frente à Paróquia Nossa Senhora das Dores ou em frente à ARUC. Pela manhã era realizada a Rua de Arte e Lazer com jogos e brincadeiras com artistas de rua.

Coube ainda ao departamento cultural realizar a pesquisa, que em 1987,  apontou a data de aniversário do Cruzeiro como sendo o dia 30 de novembro de 1959. Tal pesquisa foi levada ao GDF que oficializou a data por meio de decreto.

Muito da história do Cruzeiro encontra-se registrado no acervo da ARUC, com fotos, jornais e quadros que contam boa parte do desenvolvimento da comunidade. Em 1998 foi lançado o livro "37 anos de ARUC: A escola nota 10 do DF" e também a ARUC cedeu várias fotos para fazerem parte da Casa de Cultura do Cruzeiro, o Centro Cultural Rubem Valentim.

Em 2002 o Departamento Cultural foi responsável pela criação do site oficial da ARUC, o qual desde então vem sendo mantido na internet, trazendo informações e contando parte da história da maior entidade cultural cruzeirense. Em 2007 é lançado o livro "Voa Gavião, a trajetória da ARUC no samba, esporte e cultura" trazendo uma compilação de dados e contando a história da azul e branco do Cruzeiro. Com a assinatura do decreto nº 30.132 do governador do Distrito Federal em 16 de fevereiro de 2009 a ARUC foi reconhecida oficialmente como Patrimônio Cultural Imaterial do Distrito Federal.