segunda-feira, 4 de março de 2019

10 anos como Patrimônio Cultural Imaterial



Há dez anos era publicado no Diário Oficial do Distrito Federal o decreto nº30.132/2009 do então governador, que registrava a Aruc como Patrimônio Cultural Imaterial e inscrevia nossa agremiação ao lado da Via Sacra de Planaltina, do Boi do Seu Teodoro, do Festival de Brasília do Cinema Brasileiro, do Ideário pedagógico de Anísio Teixeira, do Clube do Choro e da Festa do Divino Espírito Santo. 

Trata-se de um reconhecimento especial e muito criterioso. Desde a apresentação do pedido oficial, feito em maio de 2008 pelo então diretor de cultura Rafael Fernandes acompanhado pelo então presidente Helio dos Santos no encontro com o professor José Carlos Coutinho, à época Diretor de Patrimônio Histórico e Cultural da Secretaria de Cultura; passando pela instrução do processo com intensa pesquisa fartamente documentada sob a coordenação da professora Martita Icó; até a assinatura do decreto pelo governador José Roberto Arruda em cerimônia no dia 16 de fevereiro de 2009 na sede do GDF em Taguatinga com a presença do presidente Moacir de Oliveira Filho, bateria, passistas e o reinado de Momo.

A Aruc foi inscrita a nível distrital em dois livros distintos, seguindo o padrão de Bens imateriais registrados pelo IPHAN.

Livro II, das Celebrações: são ritos e festividades que marcam a vivência coletiva de um grupo social, sendo considerados importantes para a sua cultura, memória e identidade, e acontecem em lugares ou territórios específicos e podem estar relacionadas à religião, à civilidade, aos ciclos do calendário, etc. São ocasiões diferenciadas de sociabilidade, que envolvem práticas complexas e regras próprias para a distribuição de papéis, preparação e consumo de comidas e bebidas, produção de vestuário e indumentárias, entre outras.

Livro IV, dos Lugares: são aqueles que possuem sentido cultural diferenciado para a população local, onde são realizadas práticas e atividades de naturezas variadas, tanto cotidianas quanto excepcionais, tanto vernáculas quanto oficiais. Podem ser conceituados como lugares focais da vida social de uma localidade, cujos atributos são reconhecidos e tematizados em representações simbólicas e narrativas, participando da construção dos sentidos de pertencimento, memória e identidade dos grupos sociais.

Toda esta sistemática segue a legislação em acordo com a Convenção da Unesco para a Salvaguarda do Patrimônio Cultural Imaterial.

Para a ARUC, trata-se de um motivo não só de orgulho, mas da certeza do seu papel para a cultura brasiliense. O certificado de Bem Imaterial está exposto junto aos vários troféus do carnaval e do esporte no Memorial Durval Leite Ribeiro e foi fator decisivo para a celebração do contrato de cessão de uso que regularizou a ocupação do terreno onde tem sua sede no Cruzeiro Velho.

Tal reconhecimento só reforça o vínculo com o espaço que ocupa e o compromisso de manter, mesmo com todas as dificuldades, o seu trabalho em prol do samba, esporte e cultura ao longo de 57 anos.

Rafael Fernandes
Diretor administrativo da ARUC