sexta-feira, 30 de outubro de 2020

Brasília: luta para reverter o cancelamento

Diferentemente de outras cidades, a capital federal optou por cancelar o carnaval em 2021. Blocos, escolas de samba e setor privado trabalham em alternativas, entre elas, uma folia digital

Há relatos de que as primeiras folias de carnaval em Brasília surgiram antes mesmo inauguração oficial da capital. No fim dos anos 1950, em locais como o Brasília Palace Hotel e em acampamentos na antiga Cidade Livre (atualmente Núcleo Bandeirante), já era possível ver comemorações durante a época festiva. No entanto, oficialmente, o primeiro carnaval no quadradinho, inspirado na temática carnavalesca do Rio de Janeiro, ocorreu em 1961, com pioneiros vindos dos mais diferentes estados. Naquele ano, a farra tomou conta de clubes do Plano Piloto e da Cidade Livre. A festança era um desejo de Israel Pinheiro, o administrador de Brasília na época.

De lá para cá, a passos curtos, Brasília foi se tornando um importante polo carnavalesco. Muito dessa fama veio na esteira do crescimento do carnaval de rua nos últimos anos. Em 2019, por exemplo, a capital reuniu mais de um milhão de foliões. Mas a ascensão da grande festa pode ser freada por causa da pandemia de covid-19. 

Com mais de 200 mil casos confirmados e 3,6 mil mortes em decorrência do novo coronavírus, o Governo do Distrito Federal anunciou que não realizará as tradicionais festas de réveillon e de carnaval em 2021. A decisão, tomada em consenso pela Secretaria de Cultura e Economia Criativa (Secec) e pelo governador Ibaneis Rocha, ainda não é definitiva segundo o secretário Bartolomeu Rodrigues. “O adiamento do carnaval segue como parcial, pois necessita de um decreto para ser definitivamente cancelado, mas a Secec e o GDF não podem, nesse momento de pandemia, sem vacina, estimular aglomerações na rua. Logo, seguem na linha do cancelamento que deve ser oficialmente anunciado em breve”, explica.

Neste cenário, a folia de Momo na capital federal nunca chegou tão perto de não ser realizada, visto que o governo anunciou ainda que não fornecerá a liberação de área pública nem subsídios para tais eventos em 2021. “Não haverá financiamento do carnaval, nem recurso público empregado em atividade que ofereça risco de saúde à população”, afirma Rodrigues. 

Em 2020, iniciativas de diversos formatos do Fundo de Apoio à Cultura (FAC) do Carnaval 2020, lançado pela Secec, contemplaram 51 atividades realizadas em sete Regiões Administrativas do Distrito Federal que, ao total, receberam mais de R$ 3,9 milhões. Estima-se que a folia injetou mais de R$ 200 milhões nos cofres do DF, e gerou cerca de 18 mil postos de trabalho. 

Agora, diante do iminente cancelamento por conta da pandemia, os setores envolvidos nas comemorações falam quase que praticamente a mesma língua, prezando pela segurança e saúde da população. 

O presidente do Sindicato de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares de Brasília, Jael Antonio da Silva, reforça que apesar do prejuízo que o setor enfrentará com o cancelamento, o pensamento de proteção da população tem de ser prioridade. “Nós lamentamos profundamente, por conta do carnaval ser uma cultura do brasileiro e pelo grande prejuízo na rede hoteleira, de bares e restaurantes, mas neste momento a segurança tem de vir em primeiro lugar”, defende.

Em 2020, a expectativa da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis do DF (Abih/DF) foi de que a taxa de ocupação dos hotéis estivesse em 32%, um aumento de 24% em relação a 2019. A capital ainda figurou em 2º lugar na lista de destinos mais em conta com passagens e hospedagens durante o período de carnaval, segundo o levantamento do site de buscas Kayak.

Maior campeã do carnaval candango, Aruc defende que a folia não precisava ser cancelada por completo
(Foto: Edilson Rodrigues/CB/D.A Press)

Situação das escolas

Se entre os blocos é observada uma tendência de crescimento recente, as escolas de samba do DF vivem uma estagnação. Já são seis anos sem que as agremiações — algumas das quais existem desde 1962 — desfilem em formato competitivo. Havia uma expectativa de uma programação no aniversário de 60 anos de Brasília, frustrada pela disseminação do vírus. Mesmo assim, há quem mantenha as atividades, focando no digital. Foi o que fez a Associação Recreativa Cultural Unidos do Cruzeiro (Aruc), maior vencedora do carnaval candango. Em dois sábados, a escola promoveu lives para escolher o samba enredo.

“A gente não esperava por um carnaval normal. Mas o que causou certo espanto foi a determinação ter sido dura. Não só não vão fomentar, como falaram em colocar a polícia nas ruas. O que a gente vê como certo é pensar em alternativas”, argumenta Rafael Fernandes, atual presidente da Aruc. Até por isso, a escola manteve a escolha do samba. “O carnaval é uma expressão popular. Não é preciso cancelar por completo. Podemos buscar meios e o poder público auxiliar nesse processo. Nós fizemos a escolha do samba, como comemoração do nosso aniversário e numa maneira de nos mantermos em atividade”, completa.

Fernandes ainda aponta algumas ideias: “Não temos só a internet. Podemos pensar em vendas de camisetas, em oferecer produtos. O importante é manter essa chama acesa”.

Na Acadêmicos da Asa Norte, o clima é de desesperança. Por causa da pandemia, a agremiação está com todas as atividades paralisadas e acumulando dívidas para manter a sede, antes alugada para eventos culturais. A notícia do cancelamento do carnaval não surpreendeu o grupo. “Nós e várias outras escolas estamos até hoje com materiais daquele carnaval em que os desfiles foram cancelados pela primeira vez. Criamos uma dívida com costureiras, carpinteiros. Foi um baque muito grande para as escolas e para um cenário que movimentava a economia com mão de obra. Então, não nos surpreendeu a decisão do cancelamento. Todos os anos, com ou sem pandemia, já não eram realizados os desfiles”, lamenta Robson Farias, vice-presidente, que também define como complicada a comunicação das agremiações com o órgãos governamentais.


Trecho de matéria publicada pelo Correio Braziliense. Leia a matéria completa aqui.

Reportagem de Fernando Jordão, Hellen Leite, Adriana Izel, Luiz Philipe Tassy (estagiário sob supervisão de Humberto Rezende). Colaborou Geovana Melo

Samba-enredo ARUC 2021

QUEM É MANEIRO MORA NO CRUZEIRO

Autores: David Mendonça,Murilo Mori, Leonardo Santana, Elías Marreco, Isaías  Cavalcante, Décio Oliveira, Daniel Cavalcante

Intérprete: Marquinhos Art'Samba



Nasci no bairro do Gavião

Fonte de inspiração da cultura brasileira.

Filho de pais Afro brasileiros

Lá do Rio de janeiro

Conheci nosso Cruzeiro

Seu Chico bombeiro Ivone e outros mais criam nossa escola e ganham carnavais

Círculo Operário nos incentivou, reduto feito pro trabalhador


Mestre Zuza vem formando Geral

Nossa Lira infantil veio educar o pessoal

Sepultura tem Rock Original

Tem quadrilha e no Pelinsk Boi Bumba tradicional


No esporte com a bola no pé eu busquei na raça e fui campeão

Curtindo na balada matinês, Díniz Bar já foi freguês quem não lembra do

Paladarzão

Fui calouro no canta Gavião


No pulo do gato amei

No império fui Rei

Nas Marchinhas do Gaga vião

De Marajá Caciqueei

No Embalo dancei

Na cidade do meu coração

Sou feliz amor

Daqui não saio não!


Azul e Branco eu sou 

É maneiro ser Cruzeiro

A Aruc me ensinou

E nada vai mudar

Pulsa mais forte a bateria Carcará

domingo, 25 de outubro de 2020

Live Final do Samba-Enredo

E assim comemoramos o nosso 59º aniversário. Foram duas lives com a escolha do samba-enredo para o carnaval 2021. Se vai ter desfile ou carnaval, é outra coisa. A Aruc fez a sua parte ao escolher o samba em um concurso na quadra, o que não ocorria há mais de dez anos. E transmitindo pela internet e pela televisão, um feito inédito para uma escola de samba no Distrito Federal.


Tivemos a abertura com a apresentação de Marcelo Sena, que em seguida se juntou a Tereza Lopes, Siqueira do Cavaco, Mestre Lollo e Pablo do Suvaco da Asa para compor o júri da grande final. Seriam julgados os três finalistas.


Novamente com o casal de apresentadores, Vareta e Gabi Lima, conduzindo o espetáculo, a bateria acompanhou os três sambas concorrentes, enquanto os passista Leo Soares e Pedro Henrique, nossa musa Gelda Mattos e a madrinha da bateria Gizele Araújo mostravam no pé o autêntico samba cruzeirense.

Samba 03 - Juninho Sambista e companhia

Samba 02 - Cláudio Vagareza e companhia

Samba 01 - Família Mendonça

As parcerias subiram ao palco, com seus respectivos intérpretes. Estiveram no palco, as seguintes formações:

SAMBA 1 
INTÉRPRETES
Délio Oliveira, Renato dos Anjos e Rinaldo 
COMPOSITORES  
David Mendonça, Murilo Mori, Leonardo Santana, Elías Marreco, Isaías Cavalcante, Décio Oliveira, Daniel Cavalcante. 

SAMBA 2
INTÉRPRETES
Gilsinho da Portela, Vagareza, Dalbert e Jefferson 
COMPOSITORES  
Compositores: Cláudio Vagareza, Renan da Cuíca, Marquinho BF, Jotapê, Dalbert Brito, Júlio Caserna, Cosme Araújo.

SAMBA 3 
INTÉRPRETES 
Junior Sambista, João Henrique e Kalunga.
COMPOSITORES 
Juninho Sambista, Bruno Falcão, Wagner Mariano, Thiago Martins, Mingauzinho, Robinho Bacalha, Gigi da Estiva e João Vidal.

Na secretaria da Aruc, o júri se reunia em separado. Enquanto isso, encerradas as disputas, tivemos a apresentação da nossa escola de samba, com o Mestre-Sala Wallace bailando com nossas Porta-Bandeiras Erica, Jasmine e Karine, ao som da bateria carcará comandada por Mestre Léo.




Após aquela expectativa, o resultado é entregue aos apresentadores. O placar final foi:
1º Samba 01: 143,5 pontos
2º Samba 02: 143 pontos
3º Samba 03: 141,5 pontos

Por um diferença de apenas meio ponto, o samba campeão foi o Samba 01, composição da família Mendonça e defendido pelos intérpretes Délio Oliveira, Renato dos Anjos e Rinaldo. Além do troféu, a parceria ganhou uma hospedagem de sete dias para três pessoas no resort Encontro das Águas Thermas em Caldas Novas, de 01 a 08 de dezembro.



O samba da galera, escolha do público pela internet foi o Samba 02, liderado por Cláudio Vagareza, que alcançou 231 votos em um total de 700 e também recebeu seu troféu.



Na sequencia, com o fim da transmissão, o pessoal que tanto trabalhou neste projeto pode fazer uma confraternização mais do que especial. Afinal a live também marcava o aniversário da nossa Aruc, e não poderia faltar jamais um bolo para celebrar a data. Os parabéns são para todos nós!



Meus agradecimentos a nossa Comissão Organizadora: Simone, Jansen, Gilberto e Leo Soares; a nosso diretor de cultura Robson e nosso consultor de marketing Serginho Pimentel; nossa harmonia Angélica, Ana, Sarah, Thaynara; a Mestre Leo e toda nossa bateria; nossos casais Wallace, Erika, Karine e Jasmine; à madrinha da Bateria Gizele, à musa da Aruc Gelda; nosso passista Pedro; aos jurados Marcelo, Tereza, Lollo, Siqueira e Pablo; à equipe de som, luz e transmissão liderada por Isaías Mendonça, a todas as cinco parcerias que competiram pela honra de defender o samba de nossa escola; a presença de nossos históricos componentes Mestre Jorjão, Luzia, Brannca, Neuzinha e a todos que acompanharam, torceram e vibraram. Fisicamente ou de coração: Quem é maneiro mora no Cruzeiro!
Rafael Fernandes - presidente.

quarta-feira, 21 de outubro de 2020

Aruc 59 anos

  Hoje completam-se 59 anos desta reunião no bairro do Cruzeiro, quando pioneiros moradores decidiram fundar uma agremiação que marcaria a cultura brasiliense. Era fundada ali a Associação Recreativa Unidos do Cruzeiro. Com as cores azul e branco e o Gavião como símbolo, a Unidos do Cruzeiro participaria do primeiro desfile de escolas de samba em Brasília alguns meses depois. Trata-se, portanto, de uma das mais antigas entidades culturais do Distrito Federal. Uma trajetória marcada por vitórias, lutas, desafios e superação. Com o tempo suas atividades foram além do carnaval, tornou-se entidade desportiva, espaço cultural, clube social, resumindo, o coração do bairro que nasceu como o mais carioca do DF e hoje é moradia de pessoas de várias origens, mas cada vez mais, de quem aqui nasceu. A Aruc representa a identidade cruzeirense em sua maior expressão. Por vezes incompreendida, talvez por quem não conhece de fato o que ela representa, trata-se de um espaço de resistência da cultura popular. Eventuais críticas nunca esmoreceram a instituição, e de fato só a fortaleceram. Nosso vínculo com este chão é um fato reconhecido no decreto de Patrimônio Cultural Imaterial. A Aruc veio para ficar, e hoje, ao completar 59 anos, em meio a uma pandemia que impede a maior parte de nossas atividades, celebramos a nossa história com inovação. No sábado passado realizamos a nossa primeira transmissão ao vivo com a semifinal do concurso para escolha de samba enredo e sábado que vem teremos a grande final, novamente transmitida pelo YouTube, pelo Facebook e pela TV Comunitaria a partir das 19 horas. Temos de nos reinventar nestes tempos e esta foi a forma de comemorar nossos 59 anos. De longe fisicamente, mas próximos ao coração de cada um que constrói nossa história. Quem é maneiro mora no Cruzeiro, e esta moradia não é só nas casas ou blocos de quatro andares. É no coração de cada um, em qualquer lugar, quando se emocionar ao ouvir o repique da bateria, a bola balançar a rede ou ver tremular o pavilhão azul e branco com um gavião carcará ao centro. Parabéns  ARUC!

Rafael Fernandes de Souza - presidente

terça-feira, 20 de outubro de 2020

Escolas de samba e blocos lamentam o cancelamento do carnaval no DF

Festas de réveillon e de carnaval promovidas pelo Governo do Distrito Federal estão suspensas por causa da epidemia de covid-19.

por Paula Barbirato (*Estagiária sob supervisão de Igor Silveira) e Ricardo Daehn, para o Correio Braziliense de 20/10/2020.

A pandemia da covid-19 foi o fator alegado para que a Secretaria de Cultura e Economia Criativa (Secec), em decisão com o Governo do Distrito Federal (GDF), cancelasse os eventos oficiais do réveillon e do carnaval 2021. Em decisão ainda não oficial, o secretário da pasta Bartolomeu Rodrigues deixou claro: “Não há condições sanitárias de realizar as festas, por conta da covid-19”. “Embora não seja ainda um anúncio formal, já é uma prévia: sem vacina, sem segurança, não promoveremos aglomerações. Diferente de outras atividades culturais, o carnaval pressupõe contato físico, abraços e multidões. Nada indica que, até lá, teremos condições de abrir espaços públicos com essa finalidade”, completou ao Correio.

Nas últimas edições, os investimentos públicos nas duas festas foram da ordem de R$ 4 milhões no carnaval e de R$ 2,6 milhões no Ano Novo. Evitar a possibilidade de gerar inevitáveis aglomerações, comuns às festividades, levou a Secec a não “arriscar investimentos nessas grandes festividades”, expressa a nota oficial da Secretaria de Cultura. Quanto à realização de eventos privados, a Secec afirmou tratar, por enquanto, apenas da divulgação do corte de fundo público. O GDF endossou a resposta da secretaria.

Impacto nas escolas
Há seis anos, as escolas de samba do Distrito Federal não pisam na avenida para desfile. A tradição da cultura popular da capital, criada em 1962, sofre prejuízos de diferentes origens que envolvem o financeiro e também o afetivo. “Vamos completar sete anos sem atividades. É muito difícil manter as instituições assim”, afirma o presidente da Associação Recreativa Unidos do Cruzeiro (Aruc), Rafael Fernandes de Souza. Apesar de algumas atividades serem realizadas para ajudar economicamente a escola, a pandemia paralisou todos os encontros presenciais.

“Tivemos nossa primeira live no sábado, para escolher um samba enredo para 2021, mesmo sabendo que não iríamos para a avenida”, diz Rafael sobre a primeira transmissão ao vivo realizada pelo Instagram da Aruc, a fim de manter as atividades on-line e para comemorar os 59 anos que a escola completa amanhã. “Mas esperamos uma maior segurança sanitária, para a gente poder realizar alguma atividade carnavalesca, afinal, não queremos deixar esse movimento cultural morrer”, complementa o presidente.

O presidente da escola de samba Império do Guará, Edivaldo Lucas da Silva, traz uma perspectiva de quanto o carnaval movimenta a economia nas comunidades. “No lado financeiro, para nós que somos empresas sem fins lucrativos, não temos gastos diretamente só quando tem carnaval. As pessoas que trabalham estão sentindo falta, porque, nessa época, estão empregados”, pontua Edivaldo, que chama atenção para os engenheiros de carros alegóricos, os carnavalescos, a equipe de bateria, figurinistas, coreógrafos entre outros.

Edivaldo reconhece que o cenário atual é de se cuidar e evitar aglomerações, porém compartilha a dificuldade de encontrar apoio financeiro público. Por isso, sugere uma alternativa de fortalecer a relação com instituições privadas com leis de incentivo a cultura. “O meu objetivo é focar nas leis, em que o governo incentive mais as escolas de samba, como qualquer outra parte cultural, e também as empresas privadas, para que conheçam mais elas”, afirma o representante.

Efeito dominó
Entre os tradicionais e cada vez mais populares blocos de carnaval, houve surpresa, mas também algumas manifestações de apoio às decisões. “Estamos convivendo com um momento único. É muito difícil prever decisões que envolvam segurança sanitária. Talvez, fosse interessante mesmo adiar a festa. Concentrar festejos no aniversário dos 61 anos de Brasília, por exemplo, talvez fosse uma decisão mais coerente”, opina Pablo Feitosa, diretor do Suvaco da Asa, bloco que, em 2015, agitou mais de 100 mil foliões.

Afora a pandemia e a falta de vacina, que trazem “prejuízo para a cultura e para muitos trabalhadores, sem dúvida”, como destaca Pablo, há espaço para críticas paralelas. Há 15 anos na estrada, e com público atual na faixa de 35 mil pessoas, o bloco complementa com apoiadores o patamar anual de gastos superiores a R$ 200 mil. “Há os artistas a serem pagos e ainda a segurança. Diante das exigências do GDF, cerca de 70 a 80% do que é levantado vem a ser consumido na estrutura da festa. Entre artistas, seguranças e brigadistas, temos mais de 300 pessoas envolvidas. Há grupos, virtualmente dispensados (para 2021), como a Orquestra popular Marafreboi, Patubatê e Vivendo e Batucando, entre outros”, conta Pablo Feitosa.
Integrante de grupos brincantes como Rebu e o Bloco das Caminhoneiras, Dayse Hansa, uma das articuladoras do coletivo de blocos Fora do Armário (que conta com 36 blocos LGBTs), observa que há medida drástica do GDF. “Há pelo menos 10 anos, os blocos impactam o PIB, a receita local, estando entre os maiores festejos do calendário da cidade. A verba maior é de origem pública. Não é possível ser bloco de rua, sem receita de bilheteria, e não contar com subvenção do estado. Rendemos, de três a quatro vezes, os aportes iniciais”, comenta.

O Fora do Armário contabiliza pelo menos 400 mil foliões por ano concentrados em blocos como Essa Boquinha eu já Beijei, Bloco das Montadas, Bloco do Amor e mais 33 grupos. Diante da medida, o momento dos blocos é de mobilização e organização. “A palavra cancelamento não é apropriada. O correto seria adiar o carnaval. Fazê-lo em junho de 2021. Isso porque estamos num contexto de pandemia que matou 150 mil pessoas. Não tínhamos a dimensão dos efeitos dela, que traz a questão das aglomerações. No âmbito do coletivo, isso tudo é preocupante”, comenta Dayse. Os blocos teriam à disposição valores de editais, com faixas previstas entre R$ 15 mil e R$ 200 mil.

Com resultados de reunião anual de 8 mil a 30 mil pessoas a cada ano, o Bloco Eduardo e Mônica, desde 2017 na pista, obteve apoio do GDF apenas no impulso inicial, pelo que explica o fundador Marquinho Vital. “Recorremos ao apoio de empresas, a partir de 2018. E ganhamos nova dimensão, em 2019 e 2020 (deslocados para Yurb), com o fator limitante para prover segurança”, observa Marco. A notícia dos cortes públicos chega na toada prevista por ele. “Havia a ideia de que não rolaria incentivo financeiro a grandes aglomerações, por parte do governo. A nossa preocupação é a de haver a possibilidade de ter eventos com número de pessoas grande, diante da pandemia e da falta de vacina”, sublinha.


domingo, 18 de outubro de 2020

Live com a 1ª eliminatória do Samba-Enredo

A ARUC realizou a sua primeira live na noite deste sábado, 17 de outubro. Foi a fase eliminatória do concurso para escolha do samba-enredo 2021, que volta a ser realizado depois de muitos anos em nossa escola de samba. Com o tema "Quem é maneiro mora no Cruzeiro", de autoria do presidente Rafael Fernandes com a colaboração de Cleuber de Oliveira e Simone Oliveira, o enredo procura celebrar a história e a cultura do nosso querido bairro de origem. 


Presidente Rafael e os apresentadores Vareta e Gabi Lima.

A proposta em se escolher um samba-enredo independe da realização de desfile no ano que vem e o motivo é muito simples. Sabemos que o quadro de pandemia é um impeditivo para o próximo carnaval, além dos seis anos sem apoio por parte do GDF e consequente ausência da competição. A ARUC quer desfilar, mas a saúde vem em primeiro lugar. Foi assim que surgiu a nossa primeira experiência de transmissão ao vivo.

Reativar o concurso para escolha do samba-enredo acendeu aquela chama da disputa, ainda que interna e que movimenta compositores, torcida, familiares, o meio do samba como um todo. Um enredo voltado para o nosso bairro, mas que conseguiu mobilizar pessoas não só pelo Distrito Federal como para além do nosso quadradinho. 

E sem poder aglomerar, o modelo de live é o formato adequado. Nosso salão receberia apenas as pessoas envolvidas nas apresentações. Houve, porém, alguns espectadores que não entenderam a proposta ou foram convidados por quem estava se apresentando, e que poderiam ter assistido com mais conforto na segurança do lar. Não foi o caso de retirar ninguém, pois estávamos dentro do limite previsto em lei, mas fica um alerta importante para a final. Assistam em casa, comentem pelo YouTube, torçam por seu samba à distância. Temos de ser rigorosos e contamos com a compreensão de todos. A segurança vai identificar por meio de pulseiras as parcerias em disputa e garantir o mínimo necessário para realização da transmissão.

Dilton do Cavaco, Binho da Paz e Mestre Leozinho.


A Bateria Carcará

O evento teve a apresentação de Wellington Vareta e Gabi Lima que abrilhantaram a noite. Após a fala inicial do presidente Rafael, a Bateria Carcará dirigida por Mestre Leozinho fez sua primeira apresentação com nosso intérprete oficial Binho da Paz e o cavaquinista Dilton apresentando nosso hino e sambas da Aruc. 


Tivemos a apresentação dos jurados, que entraram na quadra para uma breve saudação e se deslocaram para uma cabine exclusiva na secretaria, onde fariam a avaliação de maneira remota. Na foto, vemos Robson Silva, Moa, Siqueira do Cavaco, Pablo do Suvaco da Asa e Tereza Lopes. Logo em seguida vieram os sambas concorrentes.


O primeiro samba a se apresentar foi o Samba 05. Parceria de Tiaguinho Floripa, Juninho Zoação, Leandrinho LV e Carioca com K.


A segunda apresentação foi do Samba 03: parceria de Juninho Sambista), Bruno Falcão, Wagner Mariano, Thiago Martins, Mingauzinho, Robinho Bacalha, Gigi da Estiva e João Gabriel dos Santos Vidal.


Na sequência foi a vez do Samba 04, da parceria de Funai, Rinaldo Marinho e Alan Gaspar.



Depois veio a parceria do Samba 01: David Cavalcante Mendonça, Leonardo Miranda Santana, Murilo Passarinho Mori, Isaías Cavalcante Mendonça, Elias Damião Cavalcante Mendonça, Décio Oliveira e Daniel Leonardo C.Mendonça.


Por fim tivemos a parceria do Samba 02: Claudio Vagareza, Renan da Cuica, Marcos BF, Jotapê, Dalbert Brito, Júlio Caserna e Cosme Araújo.


Com todos os concorrentes devidamente apresentados, a bateria tocou agora para o nosso casal de Mestre-Sala & Porta-Bandeira, Rolando e Erika, que bailaram com nosso pavilhão e também o da madrinha Portela. Ao longo das apresentações nossas passistas Keila Silva e  Laissa Oliveira também deram um show de samba no pé. Neste meio tempo, os jurados finalizavam as notas.


Após um certo suspense, pois as notas estavam sendo verificadas, a Comissão organizadora trouxe o resultado da noite. Estavam classificados para a final do dia 24, os sambas inscritos com os números 01, 02 e 03. Eles retornam para o próximo sábado quando conheceremos o samba que vai defender nossa escola no carnaval 2021, ano em que completaremos os nossos 60 anos. Aliás a data das lives não foi à toa. Entre uma etapa e outra, teremos nesta quarta-feira, o aniversário de 59 anos da Aruc e o concurso faz parte de nossa programação de aniversário.

Agradecemos às parcerias de número 04 e 05, lideradas respectivamente por nosso conselheiro Funai e pelo mestre-sala Thiago, que fizeram belas composições, mas infelizmente foram as eliminadas nesta noite. A disputa segue e nossos agradecimentos também.

Obrigado à nossa Comissão Organizadora formada por Simone Oliveira, Léo Soares, Jannsen Pimentel e Gilberto Grillo. Um desfalque importante e lembrado por todos é o de nosso Diretor de Escola de Samba, Cleuber de Oliveira, que precisou se afastar para cuidar da saúde e enfrenta o Covid19 com muita garra. Ao Banjo os nossos melhores sentimentos e uma legítima torcida por sua recuperação. Todos anseiam pelo seu retorno. Obrigado ao mestre-sala Wallace, à Thaynara e à Christian que vem nos ajudando ao longo de todo este concurso.

Obrigado aos nossos apresentadores Vareta e Gabi, a Binho da Paz, Dilton do Cavaco, Mestre Leozinho e a Bateria Carcará, Erika e Rolando, nosso casal de MS&PB nesta noite; Keila e Laissa, nossas passistas; à toda equipe técnica de som, luz e transmissão liderada por Isaías Mendonça, nosso tradicional colaborador dos grandes eventos na Aruc.

Obrigado aos nossos apoiadores desta transmissão: 
Apoio cultural: Dinâmico Erre produções (livros e quadrinhos), Academia Cruzeirense de Letras.
Patrocinadores: Dr. Jomar Moreno(Advogado trabalhista), Fokkus Gestão Esportiva e Jornal Viver Sports e SuperVeneza.

Obrigado à TV Comunitária (Canal 12 da NET) na pessoa de seu diretor Paulo Miranda, pela transmissão ao vivo em todas as suas redes e a Robson Silva e Serginho Pimentel pelo suporte que permitiu toda a divulgação de nossa live.

Dia 24 tem mais. Conheceremos nosso samba campeão. Acompanhe de casa pelo nosso canal do YouTube, pelo Facebook e pelas TV Comunitária do Distrito Federal.

Rafael Fernandes de Souza - presidente

Treino do futsal sub15



Com a liberação para treinamentos por parte do GDF, a equipe sub15 de futsal da Aruc retornou aos treinamentos neste sábado pela manhã em nossa quadra. A equipe participará de competições nacionais em breve e assim retoma os trabalhos de preparação física, mantendo todos os protocolos necessários para a segurança de atletas e comissão técnica.




As equipes de futsal da ARUC são geridas pela FOKKUS GESTÃO ESPORTIVA, empresa que há anos vem investindo em nosso futsal e colhendo excelentes resultados, como os recentes títulos conquistados em diferentes categorias de base, assim como no adulto.


Aos poucos estamos retomando as atividades, conforme as possibilidades dentro do quadro de pandemia, mas sempre cientes da importância em seguir protocolos rigorosos de segurança sanitária. Esporte é vida, esporte é responsabilidade. Assim fazemos nossa parte.

sábado, 10 de outubro de 2020

Blusas do enredo 2021

Chegaram as blusas do enredo Carnaval 2021.
 Interessados podem entrar em contato com a Simone pelo número 61 92782658. 

terça-feira, 6 de outubro de 2020

Samba da Galera ARUC 2021

 Conheça os sambas inscritos no Concurso para escolha do Samba-Enredo da ARUC e escolha o seu favorito pelo voto popular. 

"Quem é maneiro mora no Cruzeiro!"


Samba 01:


Samba 02:

Samba 03:

Samba 04:

Samba 05:






sábado, 3 de outubro de 2020

Falecimento de Odilon Aires


A ARUC lamenta profundamente o falecimento de Odilon Aires. Morador do Cruzeiro desde 1975, foi administrador da cidade antes de ocupar alguns cargos no GDF e posteriormente se tornar parlamentar.,

quinta-feira, 1 de outubro de 2020

Concurso para Samba-Enredo: Inscrições encerradas


A comissão organizadora do concurso para escolha do samba-enredo 2021 se reuniu na noite de hoje, 30 de setembro, para análise prévia dos cinco sambas inscritos dentro do prazo estipulado. A comissão é composta por Rafael Fernandes, Cleuber de Oliveira, Simone Oliveira, Jannsen Pimentel, Léo Soares e Gilberto Grillo.

Este concurso surgiu para reativar um importante momento para uma escola de samba, e que não ocorria há treze anos na ARUC. Em meio a esta pandemia, a inscrição on-line e a escolha por meio de uma live no mês que vem são a maneira de mostrarmos ao público que nossa escola de samba está ativa como sempre.

A comissão esteve disponível para tirar dúvidas no feriado de 7 de setembro, de maneira remota pelo Google Meet, mas nenhum concorrente compareceu. A partir daí, cada concorrente deixou subentendido que compreendera o enredo proposto. Encerradas as inscrições, a comissão avaliou cada um dos sambas e esclarece que todos os cinco concorrentes seguirão para a apresentação oficial no dia 03 de outubro às 16 horas na quadra, quando serão apresentadas as observações referentes a adequação ao enredo, plágio e análise de recurso. Uma vez feita a reunião presencial, de caráter obrigatório, todos os inscritos assinarão a ata se comprometendo a respeitar o regulamento.

Queremos que esta disputa marque uma retomada. Independente de termos desfile oficial ou não em 2021, a Escola de Samba Unidos do Cruzeiro firma seu compromisso de seguir atuante como a mais vitoriosa agremiação do carnaval brasiliense. Um enredo que exalta nossa bairro de coração, para ser cantado nas ruas do Cruzeiro ou na avenida disputando troféu. De um modo ou de outro, nós teremos sempre o samba vivo na ARUC.

Rafael Fernandes de Souza - presidente


Sambas inscritos dentro do prazo.
(A cada concorrente foi atribuído um número conforme a ordem de inscrição):

Samba 01: David Cavalcante Mendonça, Leonardo Miranda Santana, Murilo Passarinho Mori, Isaías Cavalcante Mendonça, Elias Damião Cavalcante Mendonça, Décio Oliveira e Daniel Leonardo C.Mendonça.

Samba 02: Cláudio Henrique da Fonseca (Claudio Vagareza), Renan Tremendani Alcantara da Silva (Renan da Cuica), Marcos Vinicius Sampaio Teixeira (Marcos BF), João Pedro Martins Correa da Silva (Jotapê), Dalbert Souza Brito (Dalbert Brito), Júlio César Vieira da Silva (Júlio Caserna) e Cosme da Silva Santos de Araújo (Cosme Araújo).

Samba 03: Walter Eugênio de Castro Júnior (Juninho Sambista), Bruno Teles Moura (Bruno Falcão), Wagner Mariano Albuquerque da Costa (Wagner Mariano), Thiago de Mello Martins (Thiago Martins), Tiago dos Santos Pinheiro Barbosa da Silva (Mingauzinho), Robson Monteiro de Almeida (Robinho Bacalha), Gilmar da Rosa Sobrinho (Gigi da Estiva) e João Gabriel dos Santos Vidal.

Samba 04: Evanildo Nogueira, Rinaldo Marinho e Alan Gaspar.

Samba 05: Tiaguinho Floripa, Juninho Zoação e Leandrinho LV.