sexta-feira, 21 de novembro de 2014

Grupo de Idosos do Riacho Fundo Visita a ARUC

O Grupo de Idosos Viver Com do Riacho Fundo com 28 idosos visitou na manhã desta sexta, dia 21 de novembro, a sede da ARUC, acompanhados pelas professoras Marcia Gomes e Valeria Guimarães. A atividade fez parte da programação da Semana da Consciência Negra.

O grupo conta com o apoio da SEDEST/GDF e Cose/Riacho Fundo.







terça-feira, 21 de outubro de 2014

ARUC 53 ANOS – UMA PAIXÃO EM AZUL E BRANCO

Fundação da ARUC (21/10/1961): Geraldo, Nicodemos, Sr. Mangueira, Messias, Euclides, D. Jandira.
                Hoje comemoramos 53 anos de existência. Poucas entidades em Brasília conseguiram se manter em atividade, especialmente no carnaval, onde não temos ainda uma tradição consolidada. Enfrentamos muitas adversidades ao longo da dura batalha pela sobrevivência, porém, a nossa comunidade tem resistido e mantido viva nossa agremiação.
                Temos hoje, portanto, muito a comemorar. Nossa festa no último sábado provou que a ARUC está unida para reconquista do título de campeã do carnaval de Brasília. Para que isso aconteça algumas mudanças estão sendo promovidas visando sanar os erros apontados pelos jurados nos últimos três anos.
                O carnaval de Brasília cresceu muito e caminha para profissionalização. Os primeiros passos foram dados e agora é preciso dar continuidade ao trabalho que vem sendo feito, ao mesmo tempo em que as mudanças não significam uma exclusão de pessoas da ARUC. Aqueles que quiserem participar saibam que as portas estarão sempre abertas. Ninguém é dono de um posto e o crescimento da entidade pode gerar possíveis remanejamentos, mas sem querer afastar as pessoas. Quem é ARUC de fato vai entender que acima de tudo, está a nossa entidade.
                Outros desafios estão colocados. Além do carnaval, a recuperação da área ocupada por nós há anos e que foi mutilada sem nenhuma explicação plausível aguarda até hoje as benfeitorias divulgadas. Hoje apelamos ao governador Agnelo Queiroz, que já desfilou na ARUC em alguns carnavais, pela liberação dos recursos bloqueados para a construção do campo sintético e para a revitalização do espaço físico pertencente à Secretaria de Esportes no qual se localiza a ARUC há quarenta anos.
                Esperamos que o próximo governo respeite a nossa agremiação e reconheça o trabalho na área esportiva, cultural, carnavalesca e de qualificação profissional. A regularização da área vai permitir a busca por parceiros e investimentos em benfeitorias para que a comunidade cruzeirense tenha um espaço físico a altura de suas demandas.

A DIRETORIA

terça-feira, 17 de junho de 2014

EDITAL DE CONVOCAÇÃO PARA ASSEMBLEIA GERAL EXTRAORDINÁRIA

O presidente da ARUC, de acordo com o art. 6º, § 1º e 2º; e art.17º, alínea “e” do Estatuto Social, convoca todos os sócios quites com suas obrigações estatutárias para Assembleia Geral Extraordinária na sede da ARUC para o dia 27 de junho de 2014, com primeira chamada às 19 horas e segunda chamada às 19h30 com os sócios que estiverem presentes para decidir sobre a proposta de novo estatuto para a entidade, a partir do anteprojeto da Comissão de Reforma Estatutária  analisado pelo Conselho de Administração em duas reuniões. A mudança do estatuto objetiva maior contemporaneidade,  dinamização, representatividade das instâncias,  mais atuação dos dirigentes e a continuidade da ARUC como entidade social. E ainda uma redação de acordo com as orientações da Lei Complementar n° 95, de 26 de fevereiro de 1998, e do Decreto n° 4176, de 28 de março de 2002.

Brasília, 16 de junho de 2014.
MARCIO BARBOSA COUTINHO
Presidente 

sexta-feira, 6 de junho de 2014

Sobre a retirada da cerca

                A Diretoria vem por meio desta se pronunciar a respeito da retirada de grande parte da cerca que delimita o lote no qual se encontra a ARUC há quarenta anos e que vem gerando vários questionamentos sobre a razão desta retirada por parte de componentes e moradores vinculados a nossa instituição.
                Após algumas gestões conflituosas no passado, as quais não cabem citar aqui, recentemente foi possível manter uma relação institucional de muito diálogo entre ARUC e Administração Regional do Cruzeiro, o que resultou em parcerias proveitosas para nossa comunidade, com a realização de atividades culturais como o Aniversário da cidade em nosso espaço, sempre aberto para a população; o programa de capacitação no carnaval cuja terceira oficina se desenvolve no momento e algumas benfeitorias na área feitas sempre com o investimento da instituição, mas com o apoio dentro das possibilidades legais por parte da gestão pública local.
                Eis que a retirada da cerca causou naturalmente grande comoção, pois careceu de devida comunicação institucional entre as partes. Uma proposta de revitalização daquele espaço foi recebida com curiosidade, porém, sempre se destacando a importância em se manter ali o cinquentenário campo de futebol oficial no qual jogaram craques da saudosa Associação Esportiva Cruzeiro do Sul campeã do DF em 1963, além de inúmeros moradores que cresceram jogando suas partidas naquele campo.
                Havia o argumento por parte da Administração de que para realizar certas benfeitorias, como a iluminação pública (de fato necessária para a área), seria preciso remover a cerca. Tal entendimento nunca foi muito claro, e faltou comunicação oficial entre as partes para executar esta ação. Importante dado precisa ser dito: a proprietária da área é a Secretaria de Esportes do Distrito Federal e esta não foi consultada a época pela Administração do Cruzeiro sobre a retirada.
                Com a cerca ao chão, a Secretaria de Esportes encaminhou ofício questionando a ARUC sobre o acontecido (Ofício nº 561 de 26/08/2013 - SEL) e a mesma imediatamente encaminhou seu questionamento por meio do Ofício nº 18 de 09/07/2013 para a Administração o qual não foi ainda respondido.
A ocupação da ARUC na Área Especial nº 08 foi legitimada por um Termo de Cessão de Uso em 1983, e embora não seja a dona do espaço, o Estado reconheceu o vínculo da agremiação com a área ao instituir o registro como Patrimônio Cultural e Imaterial do Distrito Federal inscrito no Livro de Registro II, das Celebrações, nº 004, e no Livro de Registro IV, dos Lugares, nº 002. Este lote é único e indivisível por se encontrar dentro da área tombada como Patrimônio Cultural da Humanidade, assim como todo o Cruzeiro.
                A regularização da área vem sendo uma luta dos últimos anos, ao se buscar em várias instâncias como a Procuradoria do Meio Ambiente e Patrimônio Cultural – PRODEMA e o Ministério Público a renovação do Termo de Cessão de Uso.
                Por mais que a Administração Regional venha sendo uma grande parceira, principalmente nos dois últimos anos, a retirada da cerca e a instalação dos postes pétala nas posições em que foram colocadas junto com um Ponto de Encontro Comunitário (PEC) criaram um grave problema qual seja a inviabilização do tradicional campo de futebol naquela área e o próprio fracionamento do lote.
                Nos diálogos mantidos com a Administração Regional sempre foi cobrada a apresentação do projeto completo para aquela parte do lote e este até hoje não foi apresentado, o que causou maior desconforto e nenhuma certeza do que seria feito ali.
A atual construção de um espaço para a Associação Paz e Amor da Terceira Idade foi prontamente acatada, pois temos pelos idosos do Cruzeiro um grande apreço, parceiros que são nas atividades culturais e carnavalescas. Com o avançar da obra, percebemos que o que está se construindo ali não atende o que foi combinado e gera ainda mais preocupação sobre o uso que aquela parte da área irá receber.
Solicitamos, portanto, que a gestão pública local tome as providências cabíveis para a restauração da cerca e do espaço do campo de futebol. Se, não era possível realizar o que fora prometido, melhor seria não ter sido feito nada. A área hoje encontra-se vulnerável e os  questionamentos feitos por setores da comunidade são cada vez mais contundentes.
A ARUC reafirma o seu compromisso em manter uma relação séria de parceria com o Governo do Distrito Federal, por meio da Administração Regional do Cruzeiro, mas precisamos esclarecer que não concordamos e entendemos como um erro sério a retirada da cerca e a descaracterização de um espaço que faz parte da memória afetiva e cultural dos cruzeirenses.
Cruzeiro, 06 de junho de 2014
A Diretoria

terça-feira, 3 de junho de 2014

domingo, 27 de abril de 2014

Diretoria Eleita Biênio 2014/2016

Concluída a Eleição neste domingo, foi feita a apuração e proclamado o resultado. Com 43 votos foi eleito presidente da ARUC Márcio Barbosa Coutinho, o popular Careca, tendo como vice-presidente Nilton Oliveira, o Ninho. A posse foi assinada no Quiosque Jeito Carioca logo após o término da Assembleia Geral.
A Comissão Eleitoral agradece às duas chapas concorrentes, tanto a vencedora quanto a liderada por Flavio Vitorino e Gildo Seixas e a todos os sócios que compareceram e votaram. A ARUC fica mais fortalecida com este processo transparente e democrático.
Confiram no site oficial a Ata completa da eleição.

terça-feira, 22 de abril de 2014

Eleição Biênio 2014/2016

A Comissão Eleitoral, encerrado o prazo para inscrição das chapas conforme publicado em edital, divulga a lista de sócios aptos a votar e as chapas concorrentes para a Eleição do Biênio 2014/2016 que ocorre neste domingo, dia 27 de abril, das 9h às 11h30 na Secretaria da ARUC.

Confira no Site Oficial da ARUC.

sexta-feira, 4 de abril de 2014

EDITAL DE CONVOCAÇÃO


O PRESIDENTE DA ASSOCIAÇÃO RECREATIVA CULTURAL UNIDOS DO CRUZEIRO – ARUC, COM BASE NOS ARTIGOS 4º, 5º, 6º E 23º DO ESTATUTO DA ENTIDADE, CONVOCA TODOS OS ASSOCIADOS EM DIA COM SUAS OBRIGAÇÕES ESTATUTÁRIA PARA ASSEMBLÉIA GERAL ORDINÁRIA, A SER REALIZADA EM 27 DE ABRIL DE 2014, das 9h ÀS 11h30, EM SESSÃO DE COMPARECIMENTO SUCESSIVO, DESTINADA A ELEGER OS MEMBROS DA DIRETORIA, DO CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO E DO CONSELHO FISCAL BARA O BIÊNIO DE 2014/2016. COM BASE NO § 10 DO ARTIGO 6º DO ESTATUTO A INSCRIÇÃO DE CHAPAS DEVERÁ SER FEITA ATÉ AS 17 HORAS DO DIA 22 DE ABRIL DE 2014 NA SECRETARIA DA ARUC, DATA EM QUE SERÁ DISPONIBILIZADA PARA AS CHAPAS INSCRITAS A LISTAGEM DOS ASSOCIADOS COM DIREITO A VOTO, DE ACORDO COM O § 11 DO ART. 6º DO ESTATUTO.
BRASÍLIA 04 DE ABRIL DE 2014

MARCIO BARBOSA COUTINHO
 PRESIDENTE

sábado, 8 de março de 2014

Matriarca da Aruc

por Jane Godoy, Coluna 360 GRAUS, Correio Braziliense de 07 de março de 2014

O SEGREDO ESPECIAL da Associação Recreativa Cultural Unidos do Cruzeiro (Aruc) não esteve na avenida. A riqueza da escola de samba vive hoje, quietinha,em uma casa aconchegante no Cruzeiro Velho. Juracy Tremendani dos Santos completa 99 anos em 18 de março, dos quais 51 foram vividos na capital.
“Ela gostava muito do movimento,de ver a família se arrumando antes do desfile” Luzia Tremendani, neta de Juracy

Neta de italianos que desembarcaram na Ilha do Governador(RJ) no fim do século 19, Juracy é a matriarca de uma das famílias que formou o Bairro do Gavião, atual Cruzeiro. As mãos dela estão na fundação da Aruc,escola grande campeã do carnaval candango e patrimônio imaterial do Distrito Federal.
“São 99 anos.Quase 100!”, comemora Juracy, sentada na varanda de casa. Atenta, lúcida e com um sorriso sereno, ela acompanhou tudo, ainda que não pudesse escutar. Após tanta experiência, os únicos problemas de saúde que enfrenta são a hipertensão e a perda auditiva.
Família reunida
Hoje, quem conta a história dela são os filhos, netos e até bisnetos (já são 10). “Somos como pintinhos em volta da galinha”, brinca uma das filhas, JuremaTremendani, 60 anos.
A dona de casa Juracy e o marido, João Melo dos Santos, que faleceu aos 56 anos em 1966, chegaram dois anos após a inauguração de Brasília.
Ex-marinheiro em Sergipe, João era funcionário da Câmara dos Deputados no Rio de Janeiro e foi transferido para Brasília com a mudança da capital. O casal e os oito filhos vieram em 1962. Ainda naquele ano, a vizinhança do Cruzeiro expandiu de um clube de peladas para uma escola de samba.
Juracy era encarregada de costurar e lavar as camisetas do time e de preparar as marmitas da equipe de desfile. Sempre nos bastidores, ela ainda vive o brilho e a emoção todas as vezes que a escola entra na avenida.
“Desfilar mesmo, ela nunca desfilou. Nem mesmo nos ensaios”, diz Luzia Tremendani, 33 anos. A neta explica que o apoio de Juracy era estrutural e emocional para a Aruc: “Ela já tinha muito serviço para fazer emcasa, mas gostava muito do movimento.”
24 netos
Luzia faz parte do time de 24 netos que o marido de Juracy não viu nascer.Resignada, ensinou os filhos a cuidar uns dos outros. E assim foi. “Eu brincava no ferro velho dos carros alegóricos”, lembra Luzia. Era uma necessidade, uma forma de trazer a marca carioca para a identidade do lar que se formava.
O terceiro filho de Juracy, Hélio,62 anos, tomou a frente da escola de samba e da agremiação de futebol ainda jovem, aos 18 anos. Para Juracy, isso era sinônimo de alegria. Enquanto o filho corria para preparar o desfile, a mãe corria para cuidar dele. “Se eu chegar em casa com a calça amarrotada, ela pede logo para eu comprar uma nova. Diz que estou andando muito mal vestido”, ri Hélio.
Sabedoria popular
As lições de vida eram passadas por meio de provérbios populares. “Quem não quer ser lobo, não vista a pele. Comendo com Pedro, bebendo com Pedro e olho no Pedro. Diga com quem tu andas, que te direi quem és...”, exemplifica Jurema.
Iracema dos Santos, 53 anos, a quarta a nascer, já desfilava na Ilha do Governador. Ainda com vestígios do sotaque carioca, Iracema não teve espaço para perder os costumes: “Viajávamos sempre para o Rio. Ela adorava passear. E levava toda a família”, recorda.
Os nomes do filhos não foram escolhidos em vão. Mesmo que sem espaço para expressar a religiosidade na capital ainda jovem, a dama Juracy manteve ativa a crença no candomblé e na umbanda. Além dos padroeiros São Jorge e São Cosme e Damião, a Aruc também tem a proteção das entidades Zé Pilinhas e Seu Tranca Rua.
Sem ponto final
Orgulhosa, a viúva nega a ajuda da filha Iracema para caminhar. Por fim, acaba cedendo. Acorda às 7h, no máximo, e vai dormir às 22h. “Mesmo sem ter estudos, minha mãe é muito sábia. Acompanha os jornais assiduamente e lia muitos livros, principalmente sobre o kardecismo”,relata Jurema.
Ela está aprendendo, com paciência, a superar a morte de duas filhas por câncer, uma há 11 anos e outra há 3 anos. Mas se alegra com a visita dos netos aos domingos. “Ela não pensar em ponto final. Para ela, a vida é eterna”, declara a filha Jurema.

domingo, 2 de março de 2014

Aos 33 anos, jornalista desfila pela 21ª vez no DF: 'Vem no DNA'

Ela deixou de se apresentar quando filha nasceu: 'Angustiante não estar lá'.
Paixão de Luzia contagiou a filha, que aos 10 anos é porta-bandeira.

Do G1 DF
Comente agora
Filha de carnavalescos, a jornalista Luzia Tremendani Alcântara da Silva, de 33 anos, não fugiu do "chamado do sangue" e se prepara para desfilar pela 21ª vez no Carnaval do Distrito Federal. A primeira apresentação por uma escola de samba foi aos 9 anos e, desde então, ela só não pisou na avenida em duas situações: quando a primeira filha nasceu e nos dois anos em que o governo não repassou a verba para que as agremiações se preparassem para a folia.
A jornalista Luzia Tremendani, que desfila em carnaval há 21 anos  (Foto: Luzia Tremendani/Arquivo pessoal )A jornalista Luzia Tremendani, que desfila em carnaval há 21 anos (Foto: Luzia Tremendani/Arquivo pessoal )
"Minha menina nasceu no dia 10 de fevereiro, aí tive que acompanhar pela televisão. Foi angustiante não estar lá", conta a mulher. "Nem sei explicar essa paixão, acho que a maior parte mesmo é no sangue, já vem no DNA."
A gente se prepara durante o ano inteiro, praticamente. As férias duram pouco. Em abril já recomeça a agonia. A gente vai correndo atrás de carnavalesco para desenhar o projeto e, em dezembro, tem praticamente tudo pronto, só esperando o dinheiro para executar"
Luzia Tremendani, que vai desfilar no Carnaval pela 21ª vez
Com a avó morando na rua do barracão de uma escola, tendo o pai se dedicando às apresentações e sendo sobrinha de um dos diretores, Luzia entrou para o mundo do carnaval aos 2 anos. O primeiro desfile foi por uma ala de amigas da mãe dela e, no ano seguinte, ela já passou a ser o destaque da Ala dos Boêmios.

A paixão acabou contagiando a filha, que hoje tem 10 anos e é a 3ª porta-bandeira da escola. Para permitir que ela participasse da folia, a jornalista assumiu o departamento infantil e criou uma ala de passistas-mirins. São 30 meninas, entre 9 e 17 anos, geralmente filhas de carnavalescos da agremiação.

"É bem legal, porque a maioria vem de uma história na escola e já tem um desenvolvimento natural para isso", explica.

Mas, apesar da facilidade em lidar com as garotas, Luzia afirma que a preparação para montar o espetáculo que ganhará a avenida não é tão simples. Os carnavalescos já começam a lançar as ideias do desfile em abril, com uma antecedência de dez meses.

"A gente se prepara durante o ano inteiro, praticamente. As férias duram pouco. Em abril já recomeça a agonia. A gente vai correndo atrás de carnavalesco para desenhar o projeto e, em dezembro, tem praticamente tudo pronto, só esperando o dinheiro para executar", explica
.

Como eram gostosos nossos bailes

Assim como os candangos, o carnaval desembarcou em Brasília ainda antes da inauguração. Na década da 1960, a festa se instalou e floresceu

» DIEGO PONCE DE LEON
» GABRIEL DE SÁ
Publicação: 01/03/2014 04:00

 (Arquivo Público do Distrito Federal/Divulgação)


Fundação da Casa Popular. Era assim chamada a região que hoje compreende as imediações da 713 Sul. Foi lá a primeira residência do adolescente e músico Jesiel Motta, que chegou a Brasília em 1958. Como Jesiel, o carnaval surgiu por aqui ainda antes da inauguração. “E com uma bela diferença: ninguém tinha condições de viajar. Por isso, naqueles quatro dias, a cidade ficava lotada.” 

Havia outra diferença. Ninguém conhecia Jesiel. “Nome terrível para um artista. Tive que pensar em uma alternativa, mais artística”. Apesar da escolha nada carnavalesca, Harry Jones e seu conjunto fizeram a alegria da capital. A história da folia em Brasília, nos anos inaugurais, está viva na memória de pessoas como Jesiel, e só a partir de tais causos é possível contá-la nos dias de hoje.

“No meu primeiro ano, cantei nos galpões da Cidade Livre (Núcleo Bandeirante) e no baile do Brasília Palace Hotel”, lembra o cantor, hoje, aos 71 anos. “Nas ruas, a festa era tímida ainda. Mas, nos acampamentos, acontecia uma folia nas cantinas”, conta o pioneiro. “Podem conversar com o Fernando Lopes também. Até onde eu saiba, só sobrou eu e ele”. E assim foi feito. 

O astro Kirk Douglas foi um dos convidados de honra do carnaval brasiliense de 1963  (Henry Ballot/Reprodução)
O astro Kirk Douglas foi um dos convidados de honra do carnaval brasiliense de 1963


O cantor Fernando Lopes veio de Piracanjuba (GO), em 1959, para ser o primeiro artista contratado da Rádio Nacional de Brasília. No ano seguinte, viu o primeiro carnaval “oficial” acontecer na cidade, ainda não inaugurada. “Foi no Núcleo Bandeirante. Tinha uma tenda de circo montada e fizemos a festa ali”, recorda-se. A folia, uma iniciativa da Novacap, reuniu candangos e engenheiros e foi transmitida pelo rádio.
“Eu cantei várias canções, a maioria marchinhas”, diz Fernando, hoje aos 81 anos. A música ficou por conta do conjunto da Polícia Militar, regida pelo maestro Deodato, e clássicos como Nós, os carecas, Garota bossa nova e Mamãe, eu quero deram as caras. 

A americana Rita Hayworth, a eterna Gilda, passou pela festa de Brasília em 1962  (Arquivo Público do Distrito Federal/Divulgação)
A americana Rita Hayworth, a eterna Gilda, passou pela festa de Brasília em 1962


Festejos 

Depois da inauguração da festividade, o cantor lembra-se de ter participado de bailes no Hotel Nacional e de ter assistido a desfiles para escolher as rainhas do carnaval no Ginásio Nilson Nelson.

Uma das tais rainhas foi Miriam Marques, candidata da Rádio Nacional que, em 1961, saiu vencedora do certame. Foi o primeiro concurso ocorrido em Brasília, organizado pela “entidade dos jornalistas”, segundo noticiou o Correio Braziliense em 10 de fevereiro daquele ano. “Amanhã, em carro aberto, precedida por clarins e fogos de artifício, a rainha desfilará pelas ruas da cidade, percorrendo as principais artérias da nova 
capital e seguindo para a Estação Rodoviária, onde será coroada pelo prefeito Paulo de Tarso”, dizia o texto.

Em 1962, a escola de samba Alvorada em Ritmo foi escolhida a melhor de Brasília após desfile de cinco conjuntos carnavalescos pelas avenidas ainda empoeiradas da cidade. A agremiação seria destaque também em 1963 e 1964. Nos anos seguintes, de 1965 a 1969, só deu a Unidos do Cruzeiro. A escola, conhecida posteriormente como Aruc, é a mais tradicional e a maior vencedora dos carnavais da cidade. 

 (Arquivo CB/CB/D.A Press)


Wellington Vareta conhece bem essa história. Desde que chegou ao Cruzeiro, em 1961, ele acompanha a trajetória da agremiação. “Seguia de longe. Era uma criança ainda. Meu primeiro contato com o samba mesmo foi em 1965”, recorda.

E a lembrança da estreia definitiva no samba emociona o veterano cruzeirense: “Participei de um ensaio de bateria sem avisar meu pai. Em casa, apanhei. Ele me disse: ‘Não estou te batendo por ter ido ao samba, mas por não ter me falado’. Nunca mais larguei o carnaval. Foi a melhor surra da minha vida.” 

Wellington Vareta: na Aruc desde criança (Antonio Cunha/Esp. CB/D.A Press)
Wellington Vareta: na Aruc desde criança



100 mil cruzeiros 
Prêmio recebido pela Alvorada em Ritmo, primeira vencedora dos desfiles de Brasília 


31  
Número de campeonatos vencidos pela Aruc

sábado, 1 de março de 2014

Começa a programação oficial do Carnaval 2014 no DF

Reportagem da Rede Record na Passarela com a participação da ARUC.

Veja o ensaio da escola de samba Aruc

Bateria e musa da agremiação ensaiaram na quadra, que fica no Cruzeiro (DF).
Rede Record.

Caroline Dulley no Ensaio Geral

A jornalista Caroline Dulley e a equipe de reportagem da Rede Globo curtindo o Ensaio Geral da ARUC na quinta-feira. Obrigado pela presença e bom carnaval para todos!  Faltam TRÊS dias para o Desfile da ARUC!

sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

Aruc homenageia centenário de Dorival Caymmi

Do R7
Aruc prepara as fantasias para o desfile deste anoDivulgação / GDF
A escola mais tradicional do carnaval brasiliense se prepara para recuperar o titulo de campeã. A Aruc (Associação Recreativa Cultural Unidos do Cruzeiro) foi reformulada e, após perder as duas ultimas edições para a Acadêmicos da Asa Norte, investiu forte no enredo para disputar o Carnaval.  
A agremiação decidiu homenagear o cantor Dorival Caymmi, no ano de seu centenário. O enredo 'Minha jangada vai sair pro mar para festejar o centenário de Dorival Caymmi', escrito por Dilson Marimba, compositor do samba vice-campeão em 2013 da Beija-Flor de Nilópolis, em parceria com Cláudio Russo, Diego Tavares e Diego Nicolau.    
— A expectativa com o enredo em homenagem a Dorival Caymmi é a reconquista do título e já estamos com quase tudo pronto. O público de Brasília pode ter certeza que assistirá a mais um grande desfile de nossa escola, afirmou o diretor da Aruc, Hélio dos Santos.  
A única escola de samba que participou de todos os desfiles da capital federal, já ganhou 31 vezes e é recordista de títulos da folia, conta com estreantes nos postos mais importantes da escola. A rainha da bateria, Camila Gabriela, assume o posto pela primeira vez, assim como Luciana Lima, que sairá como madrinha, Anderson Madson, que será um dos mestres-salas, e o novo diretor de Bateria, Alexandre Cidade.  
A Aruc desfilará com 1,2 mil componentes, divididos em 20 alas, o grupo terá 90 integrantes na bateria, seis intérpretes, três casais de mestre-sala e porta-bandeira e três carros alegóricos.  
Outra novidade será no quesito fantasias, alegorias e adereços. As alegorias foram compradas no Rio de Janeiro, mas acabaram danificadas no ano passado, durante um incêndio que atingiu a sede da Aruc, no Cruzeiro Velho. O material teve que ser refeito pela agremiação.  
Como a Aruc conseguiu captar recursos do Fundo de Apoio à Cultura, a escola realizou neste ano a oficina A dança do samba, em que foram convidados coreógrafos como o mestre Dionísio para ensinar técnicas aos mestres-salas e porta-bandeiras das 21 agremiações da capital.  
A escola nasceu em 21 de outubro de 1961 da ideia de um grupo de moradores do Bairro do Gavião, como era chamado o Cruzeiro, em sua maioria formada por cariocas transferidos para a capital.

Sem braço após câncer, jovem do DF sonha em ser rainha de bateria

Thaynnara fez três cirurgias desde os 9 anos: 'Tinha que seguir em frente'.
Jovem vai puxar ala das passistas-mirins de escola do Cruzeiro neste ano.

Raquel MoraisDo G1 DF
Comente agora
A modelo Thaynara Ramos, que perdeu o braço após ter um câncer e vai desfilar no carnaval do DF pela Aruc (Foto: Thaynara Ramos/Arquivo pessoal)A modelo Thaynara Ramos, que perdeu o braço após
ter um câncer e vai desfilar no carnaval do DF pela
Aruc (Foto: Thaynara Ramos/Arquivo pessoal)
A modelo brasiliense Thaynnara Ramos, de 18 anos, encontrou no Carnaval a força para suportar os três tratamentos que precisou enfrentar contra o câncer. O primeiro deles ocorreu depois do diagnóstico da doença no osso do braço direito e terminou com a amputação do membro. A jovem, que sonha em ser rainha de bateria da escola de samba Aruc, que a família frequenta desde antes de ela nascer, no Cruzeiro, afirma que isso nunca a impediu de curtir a folia.

"Desfilo desde os 5 anos e nunca parei por causa disso. No começo era ruim, eu ficava com vergonha de sair. Tinha 10 anos. As pessoas debochavam da minha cara, então eu ficava muito triste", lembra a jovem. "Mas eu tinha em mente que não podia ficar deitada e sufocar meus sonhos. Tinha que seguir em frente, nunca olhar para trás."

O primeiro câncer foi identificado quando ela tinha 9 anos, fazendo com que a garota precisasse passar por quimioterapia por meses. Depois, aos 11 anos, os médicos encontraram um foco da doença no pescoço. Três anos depois, quando ela tinha 14, ela foi diagnosticada com câncer no pulmão. As três cirurgias aconteceram, curiosamente, na época do carnaval.
Desfilo desde os 5 anos e nunca parei por causa disso. No começo era ruim, eu ficava com vergonha de sair. Tinha 10 anos. As pessoas debochavam da minha cara, então eu ficava muito triste. Mas eu tinha em mente que não podia ficar deitada e sufocar meus sonhos. Tinha que seguir em frente, nunca olhar para trás"
Thaynara Ramos, modelo que perdeu o braço após câncer
"Era complicado, porque eu mal nasci e já ia para o samba, no colo da minha mãe", ri. "E era o assunto entre todo mundo, inclusive os médicos. A gente sempre precisava fechar um acordo: eu podia ir para a apresentação, desde que toda agasalhada, e logo que terminasse voltaria para casa, para operar no dia seguinte."

Na última cirurgia, no entanto, o médico mudou de ideia e vetou a ida de Thaynnara ao desfile. A menina entrou em desespero e mãe e madrinha precisaram intervir para que o médico autorizasse que ela acompanhasse a folia.

"Tive um ataque, um surto. Falei que eu queria, que eu realmente precisava ir", conta a modelo. "Eu fiquei muito, mas muito nervosa mesmo. Parecia o fim. Aí conversaram com ele e, de novo, recebi uma lista de recomendações. Tinha que me proteger, nada de pegar friagem ou resfriado. Fui tampada da cabeça aos pés, mas fui."
A modelo Thaynara Ramos na quadra da escola de samba Aruc (Foto: Thaynara Ramos/Arquivo pessoal)A modelo Thaynara Ramos na quadra da escola de samba Aruc (Foto: Thaynara Ramos/Arquivo pessoal)
Neste ano, Thaynnara vai puxar a ala das passistas-mirins, ao som de um samba enredo que homenageia Dorival Caimmy. Animada, ela diz que está ansiosa para usar o vestido colorido e se divertir junto às outras quase 30 meninas.

"É até difícil de falar, mas o carnaval representa tudo para mim. Eu cresci dentro disso. Eu adoro o que a gente faz, a gente brinca, faz palhaçada. Essas pessoas e essa magia são que me deram força. Estavam comigo o tempo inteiro, em tudo o que passei, entende? É muito importante mesmo para mim. Minha vida está aqui", afirma a modelo.

Menina que amarrava fralda em vassoura vira porta-bandeira no DF

Aos 10 anos, garota é porta-bandeira pela 4ª vez em escola de samba.
Desfile dura 60 minutos; criança carrega 13 kg, entre bandeira e roupas.

Raquel MoraisDo G1 DF
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Mesmo pequena, Jasmine Tremendani, de 10 anos, tem uma grande trajetória no Carnaval de Brasília: aos 4 anos começou a desfilar na ala infantil de uma escola de samba e desde os 7 anos é uma das porta-bandeiras da agremiação. A vocação dava sinais quando ela ainda era bebê: a menina amarrava uma fralda no cabo da vassoura de brinquedo e circulava com a "invenção" dentro de casa.
Jasmine Tremendani, de 10 anos, que é porta-bandeira da Associaççao Recreativa Unidos do Cruzeiro (Aruc), do Distrito Federal (Foto: Arquivo pessoal/Reprodução)Jasmine Tremendani, de 10 anos, que é porta-bandeira da Associação Recreativa Unidos do Cruzeiro (Aruc), do Distrito Federal (Foto: Arquivo pessoal/Reprodução)
"Tenho orgulho disso", conta, satisfeita. "É muito legal, é muito bom. A melhor parte é quando estou na avenida. Eu penso que ali eu estou contando ponto, que eu não posso fazer nada de errado porque preciso ajudar a minha escola a ganhar."
É muito legal, é muito bom. A melhor parte é quando estou na avenida. Eu penso que ali eu estou contando ponto, que eu não posso fazer nada de errado porque preciso ajudar a minha escola a ganhar"
Jasmine Tremendani, de 10 anos, porta-bandeira da Aruc
O gosto é compartilhado pela família, já que Jasmine acompanha os pais desde que nasceu no barracão da escola. O pai é diretor-geral de harmonia e a mãe desfilou mais de 20 vezes pela agremiação. Ainda assim, a ida da criança nunca foi forçada e a vontade de participar chegou a impressionar os parentes.

"Eu não dava muita importância para as brincadeiras de quando ela era bebê, não imaginava que ela fosse querer. Até que um dia, assistindo a um ensaio dos casais, ela pegou a bandeira de uma porta-bandeira e começou a imitar. Não teve jeito", lembra, orgulhosa, a mãe, Luzia.

O preparo da criança, que enfrenta 60 minutos de desfile e carrega 13 quilos entre bandeira e roupas, inclui atividade física e dieta balanceada - sem muito rigor, respeitando o fato de ela ainda ter 10 anos. Além disso, são dois ensaios por semana, ao longo de três meses. Jasmine é a 3ª porta-bandeira da escola.
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A porta-bandeira mirim em um desfile de carnaval no Distrito Federal (Foto: Arquivo pessoal/Reprodução)A porta-bandeira mirim em um desfile de carnaval no
Distrito Federal (Foto: Arquivo pessoal/Reprodução)
Veterana, a garota não esconde que mesmo com toda essa dedicação ainda sente frio na barriga.

"Na primeira vez eu fiquei muito tensa. Fiquei com muito medo de errar, de cair, alguma coisa assim, mas depois, com o passar do tempo, ficou normal. Só que sempre tenho receio de acontecer alguma coisa, porque acidentes acontecem. Mas eu estou bem mais confiante do que nos últimos anos."
A menina de 45 quilos e 1,55 metro e que eventualmente se cansa de dar entrevistas afirma se divertir na preparação. Sonhando em chegar a ser a 1ª porta-bandeira da agremiação, Jasmine diz que assiste com encanto as apresentações das colegas. "É o mais bonito. Tem graciosidade, beleza. Adoro ver."