sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Portela deseja Feliz 2011

Os diretores de Harmonia da nossa madrinha Portela, Alex Fab e Marcelo Jacob, enviaram um simpático cartão de Feliz Ano Novo para a ARUC. Retribuímos e desejamos um Feliz 2011 para toda a família portelense.

quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

ARUC no Reveillon da Esplanada

A bateria nota 10 da ARUC fará a contagem regressiva para a chegada de 2011 no Reveillon da Esplanada, promovido pela Secretaria de Cultura do GDF, no dia 31 de dezembro. A apresentação da ARUC contará com a participação dos ritmistas, intérpretes, casal de mestre-sala e porta-bandeira, passistas e destaques e terá início às 23:30 hs. O grupo-show da ARUC será acompanhado pelo presidente Moa, pelo vice-presidente Careca e pelo diretor de Carnaval, Abelardo e terá como convidado especial da diretoria, o diretor-geral de Harmonia da Portela, Marcelo Jacob.

A diretoria da ARUC convida todos os cruzeirenses para prestigiarem a nossa apresentação no Reveillon da Esplanada e deseja a toda comunidade cruzeirense um Feliz 2011.

terça-feira, 28 de dezembro de 2010

O samba que agoniza mas não morre

Escrito por Renan Apuk
Fotos de Camila Brunca.
Domingo, 26 de dezembro de 2010.


O samba é um gênero tão brasileiro que tem as mesmas peculiaridades do seu povo. Alegre, marcante e multifacetado. Nesta semana do samba de mil faces, Contexto foi até a ARUC, Escola de Samba do Cruzeiro. Nada menos que a mais tradicional do Distrito Federal e 30 vezes campeã do carnaval brasiliense.

Rafael Fernandes de Souza é diretor de cultura da ARUC, ele é o guia através da história da quase cinquentenária Escola, fundada em 1961.

O nome é Associação Recreativa Unidos do Cruzeiro, afinal a estrutura de clube de vizinhança é o local que abriga a Escola. Mas a principal atividade da associação, que também tem seu nome ligado ao esporte, é mesmo o samba, que veio antes de tudo.

Ao chegar ao lugar, no Cruzeiro Velho, bem perto da Via EPIA, é possível se deparar, no entanto, com um local visivelmente abandonado. Duas piscinas desativadas são os símbolos de um lugar que, apesar de ter potencial, é mal aproveitado.

Diante dos problemas estruturais, a Escola se agarra no refrão de Nelson Sargento que tantas vezes a acompanhou na avenida: Agoniza, mas não morre.

Rafael explica que o estado precário é fruto de um impasse legal que se prolonga há sete anos e ainda aguarda solução. Ainda assim, a Escola é a única entre as 18 do DF com sede própria.

É na sala de troféus da Associação que fica claro que o forte da ARUC é o ritmo, a alegoria e não o espaço físico. Diante de tanto brilho de troféus, os problemas ficam em segundo plano. São muitos prêmios, entre eles, uma galeria reservada para os mais importantes: a sequencia dos troféus do octacampeonato consecutivo de desfiles, feito conseguido entre 1986 e 1993. A ARUC parece tão imbatível na avenida que a diferença entre ela, primeira colocada no ranking de campeãs, e a Acadêmicos da Asa Norte, que vem logo atrás, é de 26 títulos.

Tanto destaque foi reconhecido publicamente na gestão do governador José Roberto Arruda, quando a Escola de Samba recebeu o título de Patrimônio Cultural e Imaterial do Distrito Federal. Por tudo isso, deixar de fora a ARUC ao falar de samba em Brasília seria um descuido quase tão sério como tê-la excluído das comemorações do cinqüentenário da capital. No ano passado, desde o momento das especulações com artistas do exterior até a festa manchada pelos escândalos políticos, em nenhum momento a supercampeã foi lembrada.

Neste ano, nas comemorações do aniversário de 51 anos do próprio Cruzeiro, a ARUC também ficou de fora. A boa notícia é que ao menos o tradicional Reveillón da Esplanada desta vez irá contar com a bateria da Escola de Samba. O que para o diretor de cultura da Associação é uma forma de tentar reparar o erro. Um problema que acontece todo ano e atrapalha o carnaval, segundo Rafael, é a dificuldade para a liberação de verbas do governo. Somado a isso, nos últimos anos a Escola ganhou mais um motivo para ficar insatisfeita: a transferência do carnaval do centro do Plano Piloto para a Ceilândia. Transtornos com deslocamento, desmotivação de pessoal, fracasso de público e falta de estrutura incomodam muito a campeã azul e branco.

Com a palavra, o presidente!

O presidente da ARUC, Moacyr de Oliveira Filho, ou só Moa, está na Escola desde 1987, época em que fazia parte da Ala dos Compositores. Tem muita história pra contar e muitas críticas e sugestões para fazer.

Ainda sobre o Ceilambódromo, ele reclama a ausência de apoio da iniciativa privada, fala da esperança de mudança a partir do carnaval de 2012. E lembra o compromisso assumido pelo recém-eleito governador Agnelo Queiroz sobre a criação de um sambódromo que atenda realmente as expectativas das Escolas.

Para 2011, no entanto, a previsão ainda é de um carnaval restrito, de expressividade bem menor do que o lugar que o abriga: a capital do país. A grande questão, para o presidente, é a ótica das autoridades sobre o carnaval em Brasília. Ele se desaponta ao falar sobre como cidades com muito menos expressão que Brasília são mais organizadas para o evento e cobra uma visão do evento como política pública. Capaz de gerar empregos, renda, atrair turistas e desenvolvimento para as cidades.

Na sala de troféus, o presidente lembra com alegria os títulos que considera mais importantes na história da ARUC e destaca entre tantos primeiros lugares, um vice-campeonato que ficou marcado na história da escola, o do carnaval de 2008.

Fonte: http://www.fac.unb.br/campusonline/esporte/item/776-samba-em-brasilia-e-aruc

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Último ensaio em 2010

A bateria promoveu seu último ensaio em 2010 no dia 26/12, que mais uma vez teve a presença do diretor-geral de Harmonia da nossa madrinha Portela, Marcelo Jacob, acompanhado da sua noiva, Anne Peixoto, e dos seus diretores de Harmonia, Vavá e Ribamar Pereira. Os ensaios contaram com um ótimo público aos domingos e entram em recesso neste fim de ano.
Dia 31 de dezembro a Bateria Nota 10 se apresentará no Show de Fim de Ano na Esplanada, fazendo a contagem regressiva para o Ano Novo. O diretor-geral de Harmonia da Portela, Marcelo Jacob, que passará o Reveillon em Brasília, será nosso convidado de honra nessa apresentação.
No dia 9 de janeiro a ARUC começa os ensaios oficiais, com as presenças dos casais de mestre-sala e porta-bandeira e das Alas das Passistas, Crianças, Baianas e Passo Marcado preparando o enredo "ARUC Jubileu de Ouro, Uma história de amor em azul e branco". É a Unidos do Cruzeiro celebrando os seus cinquenta anos de história!

domingo, 26 de dezembro de 2010

Diretor Geral de Harmonia da Portela visita a ARUC
















Marcelo Jacob, sua noiva, Anne Peixoto, Moa, Mestre Brannca, Ribamar e Vareta , na sala de troféus, com a bandeira da ARUC e com o troféu de campeã de 2010

O diretor-geral de Harmonia da nossa madrinha Portela, Marcelo Jacob, acompanhado de sua noiva, Anne Peixoto, e de um dos seus diretores de Harmonia, Ribamar Pereira, visitaram a nossa quadra no ensaio do dia 12 de dezembro. Recebido pelo presidente Moa e por Vareta, integrante da Comissão de Carnaval, eles conheceram a nossa sala de troféus e ficaram impressionados com a nossa história e a nossa organização. Gostaram tanto que voltaram no ensaio do dia 26 de dezembro.

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Novos cursos de Capacitação: FABRICANDO CARNAVAL – Etapa II

O projeto FABRICANDO CARNAVAL – Etapa II tem o patrocínio do FAC/SC/DF/2010, para a realização de 6 (seis) oficinas que contribuirão para o aprimoramento e otimização do ofício dos artistas que trabalham com carnaval, arte e cultura.

Com este projeto, teremos a oportunidade de incentivar o processo de criação, produção e organização de novos trabalhos, promovendo a inclusão social através da capacitação profissional dos cidadãos que participarem das oficinas, oportunizando a descoberta de novos talentos ou aperfeiçoando os já existentes.


INSCRIÇÕES ABERTAS

As inscrições já estão abertas para os três primeiros cursos e podem ser feitas na Secretaria da ARUC, de segunda a sexta, de 9h às 18h. Maiores informações: 3361-1649 e 8404-1156.


OS CURSOS:

OFICINA DE PERCUSSÃO E BATERIA

Nesta oficina serão apresentados os princípios básicos de cada instrumento dentro de uma Bateria, sua função, formas de batida, ritmos, com apresentação de todos os instrumentos de percussão, (tamborim, caixa, repenique, chocalhos e cuícas) e ao final, o produto sonoro de um conjunto harmônico ao som de todos os instrumentos.

Vagas- 36
Carga horária- 80h
Horário- das 19h às 22h
Período de realização: de 03 de janeiro a 8 de fevereiro de 2011
Público Alvo- Ritmistas integrantes das Baterias das Entidades Carnavalescas e,conforme a disponibilidade das vagas, à comunidade local interessada neste segmento musical.

OFICINA DE MAQUIAGEM ARTÍSTICA

Nesta oficina os alunos conhecerão os diversos tipos de produtos utilizados na maquiagem cênica e carnavalesca para a caracterização de personagens e estilos de épocas. Serão abordadas diversas técnicas, entre elas, a do esfumaçado da caracterização, palhaços, bichos, feridas, queimaduras, colagem, envelhecimento, etc.

Vagas- 25
Carga horária- 80h
Horário- 18h 30min às 22h 30min
Período de realização: 03 a 28 de janeiro de 2011
Público Alvo: maquiadores das escolas de samba e da comunidade local

IMPORTANTE: Para esta oficina será necessário que o artista, candidato à vaga, preencha o pré requisito de já atuar como maquiador ou ter noções de proporção, estética, harmonia, conhecimento das cores primárias e secundárias, etc.

Para isso, antes da efetivação da inscrição, os candidatos a essas vagas, passarão por uma triagem feita por um profissional da área.

OFICINA DE PERUCARIA

Os alunos terão a oportunidade de observar e vivenciar todo o processo de criação de uma peruca, utilizando métodos e técnicas de montagem de um cabelo artístico. Serão utilizados cabelos de canecalon até materiais alternativos.

Vagas- 36
Carga horária- 40h
Horário-13h30min às 17h30min
Período de realização: 03 a 14 de janeiro de 2011
Público Alvo- Ritmistas integrantes das Escolas de Samba do DF, e, de acordo com a disponibilidade de vagas, à comunidade local.

domingo, 12 de dezembro de 2010

Lançamento dos sambas-enredos do Carnaval 2011


Foi um sucesso a festa de lançamento dos sambas-enredo do Carnaval 2011, promovida pela ARUC e pela Uniesbe, com o apoio a Secretaria de Cultura, no sábado, dia 11, em nossa quadra. A festa teve a participação das Baterias da Águia Imperial, Acadêmicos da Asa Norte e ARUC e do conjuntos Coisa Nossa, Pileke, Papel Marchê, Luz do Samba e Amor Maior. A bateria Nota 10 da ARUC , sob o comando de Mestre Brannca (foto), deu seu show habitual e o samba-enredo ARUC Jubileu de Ouro, uma história de amor em azul e branco entusiasmou a todos os presentes. O deputado federal Geraldo Magela prestigiou o evento e garantiu que o governador Agnelo Queiroz dará todo o apoio ao carnaval de Brasília, assumindo o compromisso de instalar, na quarta-feira de cinzas, um Grupo de Trabalho para viabilizar a construção do sambódromo e dos terrenos para as escolas de samba.

Durante o evento foi realizado, também, o sorteio da Ordem do Desfile do Carnaval 2001. A ordem do desfile do Grupo Especial será a seguinte: Acadêmicos da Asa Norte, Aruremas, Águia Imperial, ARUC, Bola Preta de Sobradinho e Mocidade do Gama.

Thió visita a ARUC e recebe homenagem

Esquerdinha, Vareta, Moa, Thió e Abelardo


Foi emocionante a visita do ex-dirigente da ARUC, Ioshio Ide, nosso querido Thió, à nossa quadra, durante a festa de lançamento dos sambas-enredos do Carnaval 2011, no sábado, dia 11. Recebido com carinho e emoção por todos os cruzeirenses presentes à quadra, Thió relembrou histórias, reviu amigos, matou a saudades e alegrou a todos nós. O mestre de cerimônias do evento, Vareta, chamou Thió ao palco para receber uma homenagem do presidente Moa, em nome da diretoria, e de todos os cruzeirenses. Na despedida, uma boa notícia: Thió aceitou o convite da diretoria e confirmou presença no desfile do Carnaval 2011, quando a ARUC vai festejar o seu Jubileu de Ouro.

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Oficina na Aruc ensina técnicas da arte em isopor

por Raissa Lomonte, do Tribuna do Brasil, 6/12/2010.

A Associação Recreativa Cultural Unidos do Cruzeiro, a Aruc, recebe até o dia 10, a segunda oficina “Carnaval: A Arte do Barracão à Avenida”, promovida pela agente cultural Vera Martini Guilan. O projeto recebeu apoio financeiro do Fundo de Amparo a Cultura, da Secretaria de Cultura, e é voltado para pessoas envolvidas com a criação de esculturas e peças artísticas em isopor e espumas, como artesãos, professores de artes plásticas, designers, e integrantes das escolas de samba do DF. A proposta é desenvolver técnicas e métodos alternativos usados na confecção de esculturas de isopor.
Segundo Vera, a oficina apresenta novas técnicas para os alunos, que futuramente poderão lucrar utilizando os ensinamentos aprendidos. “Esse projeto se propõe a capacitar o carnavalesco e a comunidade. Além de gerar emprego e renda”, completa.
A artesã Irismar Nascimento, está empolgada com as novidades. “Fiquei sabendo da oficina através de uma amiga. As aulas estão ótimas. Eu trabalho com reaproveitamento, mas, não sabia trabalhar com isopor. Isso vai trazer um pouco mais de retorno financeiro”, comemora.
A oficina doa o material que será utilizado para cada aluno. Os participantes do projeto recebem, ainda, lições de cidadania. A oficina aborda a importância de recolher, separar e achar a destinação certa do lixo no cotidiano. No barracão da ARUC, as lixeiras são separadas por tipo de material. A agente cultural informou que as esculturas de isopor feitas na oficina serão expostas em duas cidades satélites, ainda não definidas.

Oficinas na Aruc ensinam, gratuitamente, a arte, do barracão à avenida

Publicação: Sexta-feira, 03/12/2010, Jornal de Brasília.


Ainda nos anos 1970, a nova capital dava sinais de manter a natureza carnavalesca do povo brasileiro, com desfiles na avenida da plataforma superior da Rodoviária do Plano Piloto. À época, Pá de Ouro, Acadêmicos da Asa Norte e a Associação Recreativa Cultural Unidos do Cruzeiro (Aruc) faziam seus carnavais com mais força de vontade do que recursos. Hoje, numa estrutura com maior aporte de verbas, a procura de profissionalização gera a necessidade de mais capacitação para viabilizar a competição da alegria do DF. Para tanto, está sendo realizado o Projeto Carnaval: Arte do Barracão à Avenida, que promove oficinas para escultura em isopor e profissionalização para muitas pessoas. O projeto trouxe instrutores cariocas para preparar cerca de 40 pessoas no Barracão da Aruc, de forma a garantir autonomia ao Carnaval da cidade.

Para a aluna da oficina Flávia Fabiane Oliveira, de 40 anos, microempresária do ramo de festas infantis, o projeto veio "como uma bênção de Deus", disse. De acordo com Flávia, o mercado dessa área é muito restrito aos artistas e artesãos que trabalham há muito tempo com o processo. Para ela, a maioria não passa os ensinamentos para manter reserva de mercado e exclusividade nos trabalhos desenvolvidos. "Trabalho com mesas de festas temáticas. Isto é caro e os aluguéis e encomendas de mesas sempre foram um custo a mais. Agora posso fazer minhas próprias mesas, reduzindo minhas despesas e ainda treinando minha funcionária, que também cresce comigo. Estou querendo até ajudar na escola de samba este ano, se sobrar tempo no serviço", disse, entusiasmada, Flávia.

Além do curso gratuito do qual Flávia está participando com instrutores do Rio de Janeiro contratados para dar as aulas, ela já participou do Curso de Arte com espuma, outra oficina encerrada na semana passada. Para a idealizadora do projeto, Vera Martini Guilan, de 56 anos, a falta de profissionais na área da produção para o Carnaval foi um dos motivos da criação dos cursos. Aposentada, Vera participou de uma oficina para realização de projetos, e decidiu enveredar pela área do Carnaval, percebendo a enorme carência de profissionais.

terça-feira, 30 de novembro de 2010

Cruzeiro comemora 51 anos com livro que conta a história detalhada do local

por Leilane Menezes, do Correio Braziliense, 30/11/2010.
Foto de Rafael Ohana (CB/D.A.Press)


Os primeiros moradores do Cruzeiro tiveram uma recepção inusitada ao chegar à cidade. Em 1959, cobras, papagaios, veados e gaviões circulavam tranquilamente pelas ruas e misturavam-se aos habitantes pioneiros daquela região. A vegetação, até então vasta e virgem, aumentava o sentimento de estar em meio à natureza selvagem. Esses e outros relatos fazem parte do livro Cruzeiro, retratos de sua história. A publicação organizada pelo historiador (e morador da cidade) Rafael Fernandes de Souza, 33 anos, brinda o Cruzeiro em seu 51º aniversário, comemorado hoje.

No livro, Rafael reuniu informações coletadas durante estudos acadêmicos (graduação em história na Universidade de Brasília e especialização), entre 2000 e 2009. “Eu senti dificuldade em encontrar material escrito que contasse a história do Cruzeiro. Por isso, nasceu a ideia de fazer o livro”, explicou o historiador, que mora na cidade desde que nasceu. Os exemplares foram confeccionados com patrocínio do Fundo de Apoio à Cultura (FAC), do governo local, e distribuídos em escolas públicas, além de estarem disponíveis na Biblioteca do Cruzeiro.

O autor ouviu personagens importantes, que ajudaram a escrever a trajetória da cidade junto da própria história de vida. Gente como a enfermeira aposentada Ivone de Araújo Eduardo, 79 anos, carioca e conhecida como a primeira moradora do Cruzeiro. Ela veio para a cidade, em 1959, ao lado do marido, em busca de trabalho. É de dona Ivone o relato sobre os animais que corriam soltos nas ruas do Cruzeiro. “Também havia índios na região. Eles eram educados. Até hoje alguns vêm à minha casa”, relatou.

Ela foi a primeira moradora de um bloco de 10 casas construído para abrigar funcionários públicos vindos de outras regiões, como o marido de Ivone. “Fiquei com a terceira casa do bloco e recebi todas as famílias que vinham. Eu entreguei as chaves de cada uma”, lembrou. Ivone fundou a ala das baianas da primeira escola de samba de Brasília, a Associação Recreativa Cultural Unidos do Cruzeiro (Aruc), e o primeiro posto de saúde da cidade.

Batismo
À época, o Cruzeiro era conhecido como Cemitério. O apelido surgiu porque ali havia pequenas casas brancas em meio à poeira avermelhada. O local passou a ser chamado, pouco depois, de Gavião, devido à grande quantidade de exemplares desse pássaro concentrados ali. Em seus estudos, Rafael descobriu que o nome Cruzeiro foi sugerido por uma associação de moradores, com ajuda do Correio Braziliense — inaugurado no mesmo dia que Brasília. A proximidade com o cruzeiro onde foi rezada a primeira missa da capital motivou esse batismo, explica Rafael em seu livro.

Assim como muitos pioneiros, os pais de Rafael vieram do Rio de Janeiro para a região. O autor do livro é testemunha das evoluções pelas quais a cidade passou. Atualmente, por exemplo, a região é 100% asfaltada. O Cruzeiro é conhecido por ter abrigado, desde a fundação, uma grande comunidade carioca. Responsável, inclusive, por trazer a alegria do samba e do carnaval para Brasília, com a Aruc, apadrinhada pela Portela, e que leva as cores da águia simbólica da tradicional escola do Rio de Janeiro.

No ano passado, a primeira escola de samba da capital foi declarada Patrimônio Cultural Imaterial do DF pelo governo local. Mesmo assim, a Aruc ainda enfrenta dificuldades. O terreno onde ela está localizada, na Área Especial do Cruzeiro Velho, pertence à Secretaria de Esportes. Há quase 50 anos, pesa a insegurança sobre o direito de permanecer ali. Não há garantias legais de que a escola não será despejada. “A gente pensa que não faria sentido mudar a Aruc de lugar, mas gostaria de ter um documento, algo que desse mais segurança”, considerou Rafael, que também é diretor cultural da Aruc.

Outro problema é a liberação de verba para o carnaval. Todo ano, não só a Aruc como as outras escolas de samba da capital têm de esperar até as vésperas do evento para saber de quanto irão dispor para organizar os desfiles. “Assim fica difícil fazer um carnaval grandioso, como o do Rio”, reclamou Rafael.

Cultura
Mas nem só de samba vive o Cruzeiro. Uma curiosidade relatada no livro: a banda Sepultura nasceu ali, em 1977 (não o grupo mineiro, que surgiu nos anos 80). Há ainda grupos de teatro e de dança por toda parte. Entre os mais tradicionais, está o Pellinsky, companhia de dança criada em 1986 pelo coreógrafo e dançarino Andreoni Cabral, à época com 12 anos.

No ano seguinte, como relata Rafael em seu livro, o projeto foi apresentado no Centro Educacional 1, no Ginásio do Cruzeiro. Ainda hoje, o grupo mantém-se em atividades, tendo fundado também uma organização não governamental, com projetos socioeducativos.

A Administração Regional do Cruzeiro preparou uma série de eventos para lembrar o aniversário da cidade. Hoje, um bolo de 51 metros será oferecido à comunidade, no Ginásio do Cruzeiro. Os eventos comemorativos, porém, começaram no início deste mês. A escolha das atrações provocou polêmica. A Aruc ficou de fora. “Comemorar o aniversário do Cruzeiro sem a Aruc é a mesma coisa que festejar o Natal sem Papai Noel e o réveillon sem fogos de artifício”, comparou o presidente da Aruc, Moacyr Oliveira Filho, o Moa, no blog da agremiação.

Os primeiros
Em 1977, uma equipe de som brasiliense chamada Sepultura se transformou n a banda de rock Sepultura. Foi fundada por Eduardo I (guitarras e vocais) e Magu Cartabranca (vocais e efeitos sonoros), que à época tinham 17 anos e baseavam sua música nos estilos de bandas como Black Sabbath, Deep Purple e Led Zeppelin. Chegaram a fazer vários shows em Brasília, lançaram dois discos e entraram na Justiça pelo direto de usar o nome Sepultura, que entrou para o rol da fama propriamente dito em 1983, quando o grupo mineiro heavy metal que alcançou projeção internacional se lançou, com a mesma denominação.

PROGRAMAÇÃO

Hoje
Corte do bolo de aniversário.
Hora: 10h.
Local: Ginásio de Esportes do Cruzeiro, Quadra 609, Cruzeiro Novo.

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Diretor de Cultura da ARUC lança livro sobre o Cruzeiro



O lançamento ocorreu na noite de 23 de novembro no Centro Cultural Rubem Valentim, próximo à sede da ARUC no Cruzeiro Velho. O livro escrito pelo nosso Diretor de Cultura, Rafael Fernandes de Souza
, conta a história da nossa comunidade, o Cruzeiro, e traz um panorama geral sobre a produção cultural e outros aspectos da mais carioca das cidades do Distrito Federal. O livro pode ser adquirido pelo site pessoal de Rafael, clicando aqui.
A produção da obra contou com recursos do Fundo da Apoio à Cultura (FAC) e apoio da ARUC, que cedeu várias fotos históricas de seu acervo para a publicação.

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Porta-bandeira da ARUC luta karatê


Bianca Fiúza é nossa porta-bandeira há três anos e treina karatê desde os 9 (nove) anos. Iniciou no estilo Goju-ryu, onde chegou à faixa marrom e há cerca de três anos e meio, passou a praticar um outro estilo, o Shotokan. Na ocasião, passou a usar a faixa verde. Pouco a pouco, no entanto, foi galgando outras graduações e reconquistou a faixa marrom. No momento se prepara para o exame de faixa preta, que ocorrerá no próximo dia 25 de novembro de 2010.

Seu último certame foi o IV Campeonato do Mundo de Artes Marciais, ocorrido em Maldonado/Uruguai, nos dias 12, 13 e 14 de novembro, onde conquistou três medalhas, sendo uma de prata (kumitê/luta) e duas de ouro (katá individual e em equipe).

sábado, 20 de novembro de 2010

Aruc fora da festa

Do Blog da Paola, de 19/11/2010.

Mais antiga escola de samba de Brasília, maior campeã do carnaval e reconhecida oficialmente pelo GDF como Patrimônio Cultural Imaterial do DF, a Aruc, mais uma vez, foi esquecida pela Administração Regional do Cruzeiro na programação comemorativa dos 51 anos daquela cidade. Os shows que serão realizados este final de semana no estacionamento da Feira Permanente, reunindo uma série de artistas, bandas e conjuntos musicais, não incluem a tradicional escola de samba cruzeirense. Os dirigentes da Aruc estão revoltados com mais esse esquecimento. “Isso é uma falta de sensibilidade desse administrador tampão e fantoche. Comemorar o aniversário do Cruzeiro sem a ARUC é a mesma coisa que festejar o Natal sem Papai Noel e Reveillon sem fogos de artifício”, desabafa o presidente da escola, Moacyr Oliveira Filho, o Moa.

Seleção de Beach Soccer do DF fica em 7º

Terminou hoje o XIV Campeonato Brasileiro de Beach Soccer. Espírito Santo sagrou-se campeão pela terceira vez. A Seleção do Distrito Federal, que se preparou na sede da ARUC encerrou sua participação ficando em 7º lugar entre 16 equipes, ao vencer o Rio de Janeiro por 5x4.

Veja como foi a campanha de nosso selecionado, clicando no link para o blog da Federação de Beach Soccer do DF.

Bateria no CEF 02

No dia da Consciência Negra, Brannca, Flavinho, Denise e Dani, integrantes da bateria da ARUC, se apresentaram no Centro de Ensino Fundamental 02 do Cruzeiro, no encerramento da Semana da Consciência Negra, promovida desde terça-feira no pátio central da escola. Foi uma mostra para alunos, pais e professores, todos convidados para os ensaios da bateria, que ocorrem sempre aos domingos, a partir das 17h na quadra da ARUC.

terça-feira, 9 de novembro de 2010

É hora de pensar em carnaval

PAINEL
É hora de pensar em carnaval
Coluna 360 graus, por Jane Godoy, do Correio Braziliense, 9/11/2010.

Não será por falta de mão de obra especializada que o carnaval brasiliense não vai brilhar. O presidente da Aruc, Moacyr Oliveira Filho, o Moa, e a produtora cultural Vera Guillan prepararam cursos de capacitação profissional para o carnaval. O projeto Carnaval, arte do barracão à avenida, desenvolvido pela Aruc, oferece dois cursos de capacitação profissional para os carnavalescos de Brasília. “Esses cursos têm como objetivo investir na qualificação dos artistas integrantes das 18 escolas de samba do DF, incentivando o crescimento profissional com consequente fortalecimento da cadeia produtiva e criativa do carnaval local, com geração de trabalho, renda e inclusão social”, argumentam. A partir da próxima terça-feira (16), dois cursos estarão à disposição dos interessados. O primeiro é de arte em espuma, com apresentação das diversas técnicas de confecção e criação de elementos e adereços em espuma, com base num histórico proposto, desenvolvendo técnicas de escolha do tema, modelagem, risco, corte, colagem/amarração, pintura, acabamento e limpeza final. São 40 vagas, com carga horária de 40 horas, de 16 a 26 deste mês, das 18h30 às 22h30. A oficina de esculturas e isopor vai ajudar a desenvolver técnicas e métodos alternativos usados em esculturas daquele material. Os alunos vão aprender modelagem e corte, colagem, entalhe, pintura, acabamento e finalização da peça. Informações: 3361-1649.

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Bateria retoma os ensaios

A Bateria Nota 10 da ARUC, sob o comando de Mestre Brannca, retoma seus ensaios a partir do dia 14 de novembro. Sempre aos domingos, a partir das 15h, na quadra da ARUC (Área Especial nº 08, Cruzeiro Velho).
Oportunidade para quem quer tocar e aprender a tocar.
Os ensaios são abertos a todos os interessados.
Compareçam!


Seleção de Beach Soccer do DF

A Seleção de Beach Soccer do Distrito Federal vem treinando periodicamente na quadra de areia da ARUC, visando a disputa do Campeonato Brasileiro da categoria. Abaixo vemos os atletas e comissão técnica em treino realizado no sábado, dia 6.


A delegação de Brasília é formada pelo presidente da Federação Brasiliense de Beach Soccer, Marcus Vinícius; o técnico Virley, coordenador Rafael e os atletas: Flamenguinho e Léo (goleiros); Deley, Daniel e Rodrigo (fixos); Ronaldinho (com experiência na Seleção Brasileira sub-20), Juninho, Mário e Clayton (alas) e Bispo, Kado e Fábio (pivôs).

O XIV Campeonato Brasileiro de Beach Soccer será realizado no Clube Escola Lapa (Pelezão) em São Paulo. Os jogos dos candangos na 1ª fase (Chave A) serão os seguintes:
13/11, às 11h30 - DF x São Paulo
14/11, às 15h30 - DF x Rio Grande do Sul
16/11, ás 9h30 - DF x Ceará

sábado, 6 de novembro de 2010

Notas sobre “Carnaval: Arte, do Barracão à Avenida”

Notas publicadas pela imprensa sobre o Curso “Carnaval: Arte, do Barracão à Avenida”:

ARUC
A Escola de Samba ARUC promove mais uma vez o projeto "Carnaval: Arte, do Barracão à Avenida". O projeto é desenvolvido em parceria com a produtora cultural Vera Guillan e patrocinado pelo Fundo de Apoio à Cultura do DF (FAC/DF). O objetivo é investir na qualificação dos artistas integrantes das 18 Escolas de Samba do DF, incentivando o crescimento profissional com consequente fortalecimento da cadeia produtiva e criativa do carnaval local.
Coluna Tribuna Livre – Tribuna do Brasil – 05.11.10

CARNAVAL É COISA SÉRIA
Carnaval é coisa séria demais para ser deixado por conta de amadores. A Associação Recreativa Unidos do Cruzeiro, a popularíssima Aruc, iniciou o projeto Carnaval: Arte, do Barracão à Avenida, é patrocinado pelo Fundo de Apoio à Cultura do DF.
Contempla duas oficinas: Artes em Espumas e Esculturas de Isopor. Têm como objetivo investir na qualificação dos artistas integrantes das 18 escolas de samba do DF, incentivando o crescimento profissional com consequente fortalecimento da cadeia produtiva e criativa do Carnaval local.
Jornal de Brasília, Coluna do Alto da Torre, p.4, 05/11/2010.

ARUC
Oficinas de Carnaval
A Escola de Samba Aruc está desenvolvendo o Projeto Carnaval, Arte do Barracão à Avenida, a partir de 16 de novembro. Serão oferecidos dois cursos de capacitação profissional para os carnavalescos de Brasília – arte em espuma e escultura em isopor. As inscrições serão gratuitas e deverão ser feitas na sede da Aruc (SRES A.E. nº8 - Cruzeiro) ou com o representante da entidade carnavalesca e encaminhadas à Aruc até dia 12, às 18h.
Jornal de Brasília, p.6, 05/11/2010.

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Samba-Enredo Carnaval 2011

A ARUC apresenta a letra de seu samba-enredo para o Carnaval 2011.
Clique aqui para você baixar, ouvir e cantar o samba conosco na avenida!

ARUC Jubileu de Ouro, uma história de amor em azul e branco
Samba-Enredo de Dilson Marimba, Diego Nicolau, Thiago Daniel, Mestre Lollo e Diego Tavares

Uma águia altaneira
guiou meu caminhar
sou um gavião guerreiro
plantei semente festeira
que fez o samba germinar
o povo como timoneiro
construiu essa união
levando no coração
a garra que tudo iluminou
e a “Impressão Régia” anunciou

Sou Cruzeiro, sou raiz
com esporte e cultura
faço meu povo feliz (bis)

ARUC templo do samba
terra de gente bamba
que “Agoniza mas não morre”
pois a comunidade me socorre
e me fez 30 vezes vencer
De Brasília sou Patrimônio Cultural
da minha gente orgulhosa o prazer
soberana em nosso carnaval

No livro da nossa história
cada estrela é um tesouro
e marca essa trajetória
festejando o Jubileu de Ouro (refrão)

Uma águia....

terça-feira, 26 de outubro de 2010

Carnaval: Arte, do Barracão à Avenida.

Carnaval: Arte, do Barracão à Avenida, é um projeto patrocinado pelo Fundo de Apoio à Cultura- FAC/DF/2010 e contempla duas oficinas: Artes em Espumas e Esculturas de Isopor. Elas têm como objetivo investir na qualificação dos artistas integrantes das 18 Escolas de Samba do DF, incentivando o crescimento profissional com conseqüente fortalecimento da cadeia produtiva e criativa do carnaval local. (geração de trabalho, renda e inclusão social)

OFICINA DE ARTES EM ESPUMA

Conteúdo da Oficina:

Serão apresentadas diversas técnicas de confecção e criação de elementos e adereços em espuma com base num histórico proposto, desenvolvendo técnicas de escolha do tema, modelagem, risco, corte, colagem/amarração, pintura, acabamento e limpeza final.

  • Vagas- 40
  • Carga horária- 40h
  • Horário- das 18h 30min às 22h 30min
  • Período de realização: de 16 a 26 de nov/2010
  • Instrutores: Jorge Gabriel e John Michael

OFICINA DE ESCULTURAS DE ISOPOR

Conteúdo da Oficina:

Serão desenvolvidas técnicas específicas e métodos alternativos usados na confecção de esculturas de Isopor. Para complementá-las e finalizá-las será usada a técnica da pastelação. Serão trabalhados no bloco de isopor: tamanho/espaço/proporção, modelagem e corte, colagem, entalhe, pintura, acabamento e finalização da peça.

  • Vagas- 40
  • Carga horária- 40h
  • Horário- das 18h 30min às 22h 30min
  • Período de realização: de 29 de nov a 10 de dez/ 2010
  • Instrutores: Jorge Gabriel e José Antônio

Público Alvo:

Integrantes das 18 Escolas de Samba sediadas nas cidades-satélites já envolvidos com a criação de esculturas e peças artísticas em isopor e espumas (ou mediante comprovação de habilidade com esta arte).

No caso do não preenchimento total das vagas, as mesmas serão disponibilizadas aos artistas da comunidade do DF, interessados em aprimorar o fazer artístico dentro deste segmento.

Local de realização das oficinas: Na sede da ARUC. SRES AE nº 08,Cruzeiro Velho.

Telefone: 3361-1649

Inscrições: As inscrições serão gratuitas e deverão ser feitas na sede da ARUC (SRES A. E. nº8 - Cruzeiro) ou com o representante de sua entidade carnavalesca e encaminhadas a ARUC até dia 12 de novembro às 18h.

Oficineiros: Profissionais Graduados pela Universidade Estácio de Sá-RJ

Uniforme: No primeiro dia de aula será fornecida uma camiseta e um crachá para identificação dos alunos, contendo o nome do projeto e logomarca dos patrocinadores. O uso dos mesmos é recomendado para o acesso às aulas.

Certificado: Ao término de cada oficina, os alunos que obtiverem freqüência mínima de 80%, receberão o certificado de participação.

Obs: NÃO será fornecido vale transporte

Para maiores informações, dúvidas ou sugestões, acesse o blog: www.oficinasdecarnavaldf.blogspot.com ou envie email para veraag.cultural@hotmail.com

  • Tel- 33611649(Aruc)
  • Cel- 84041156 (Vera)

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Um caso de amor


Crônica da Cidade,
Por Conceição Freitas, do Correio Braziliense, 22/10/2010.


Retumbante história de amor estremeceu a mais importante escola de samba de Brasília. O presidente da Aruc, Paulo Costa, se apaixonou pela porta-bandeira da agremiação rural, a Alvorada em Ritmo, Maria Pé Grande. Para ficar com seu amor, Paulo abandonou a Aruc. Na época, os cruzeirenses acreditavam que o acontecimento fazia parte de um complô para tentar impedir o crescimento da escola. O episódio inspirou o primeiro samba da Aruc, Muita gente se gloreia se o Cruzeiro morrer, de Jandira de Oliveira Lima e Milton da Marinha. Dizia assim: “No Cruzeiro deu-se um caso tão medonho/Que pra mim parece um sonho/Não pensava haver/Porque, porque, porque/Muita gente se gloreia/Se o Cruzeiro morrer.”

O amor de Paulo e Pé Grande não matou nem machucou nem o Cruzeiro nem a Aruc. A cidade é hoje um caso excepcional na urbanização de Brasília. Grudada no Plano Piloto, ainda consegue manter a atmosfera de subúrbio carioca, apesar da certa ostentação das casas à margem do Eixo Monumental. A Associação Recreativa Unidos do Cruzeiro completou 49 anos ontem, sob os efeitos de mais uma de suas muitas crises financeiras, somada a um crônico problema fundiário que se resolveria com boa vontade política. (Onde? Cadê?).

Patrimônio imaterial de Brasília, a Aruc é muito mais do que reduto do samba ou território de resistência carioca. Apesar de ser geneticamente vinculada à Portela, a Unidos do Cruzeiro é a Mangueira de Brasília, por sua ligação histórica com a comunidade, por um certo conservadorismo na execução dos desfiles — a Aruc não vê com simpatia o topless na avenida, por exemplo. Do seu jeito, a Aruc ajudou a consolidar Brasília. Os cariocas que deixaram o esplendor das montanhas e das praias para se perder num chapadão extenso e desértico inventaram um novo Rio feito de casinhas brancas erguidas na solidão a oeste do Plano Piloto, ponto de encontro de gaviões do cerrado. Surgia o Bairro do Gavião e com ele o símbolo da Aruc, a tradução brasiliense para a águia da Portela.

Nesses 49 anos anos, a Aruc recebeu boa parte da aristocracia do samba — Candeia, Natal da Portela, Clementina de Jesus, Zeca Pagodinho, Fundo de Quintal, Dona Ivone Lara, Jamelão, Xangô da Mangueira, Zé Kéti, Noca da Portela, Jovelina Pérola Negra, Manassés, Paulinho da Viola, Nelson Sargento. Até Cartola e Nelson Cavaquinho estiveram por lá, mas só de visita. Em sua volta a Brasília, depois dos tempos de ditadura, Oscar Niemeyer também tomou um cafezinho com o samba candango, ao lado do então governador José Aparecido, de Ziraldo e Pompeu de Souza.

A Aruc fez muito mais do que trazer a nobreza do samba para a capital do país ou ser 29 vezes campeã dos desfiles das escolas de samba de Brasília. Ela ajudou, e muito, a transformar a maquete numa cidade verdadeira — cheia de contradições, entre as quais a diferença da cor da pele. O Cruzeiro trouxe a negritude para Brasília, ajudou a cidade a se lembrar de que ela não é somente branca. Ela também é negra, como o Brasil. A Aruc ajudou a Brasília a ser mais brasileira.

Quase meio século de vitórias

Escola do Cruzeiro faz aniversário hoje e enfrenta grave crise financeira
Da Redação, Jornal de Brasília, 21/10/2010.

A Associação Recreativa Cultural Unidos do Cruzeiro – Aruc completa hoje, 49 anos de existência. Apesar do histórico de vitórias – a Aruc foi 30 vezes campeã dos desfiles de escolas de samba da cidade, é a única escola de samba do Brasil a possuir um octa-campeonato (de 1986 a 1993) – a escola do Cruzeiro não têm muitos motivos para comemorar.

A entidade vive uma grave crise financeira, agravada pela insegurança jurídica sobre a área que ocupa desde 1983 e que se encontra em situação irregular desde 2003, quando venceu o último contrato de ocupação com o GDF. Em 2008, o então governador do DF decidiu que a área seria transformada na Vila Olímpica do Cruzeiro. A obra foi licitada pela Novacap, a licitação foi homologada, mas até hoje não saiu do papel.

Sem alvará de funcionamento, a Aruc fica impedida de promover grandes eventos, cobrar mensalidade de seus associados e até mesmo de captar patrocínios.

A 1ª Promotoria de Defesa do Meio Ambiente e Patrimônio Cultural decidiu intervir e instaurou um procedimento para acompanhar a ação do DF para a proteção do Patrimônio Cultural Imaterial representado pela Aruc. Órgãos serão notificados para que expliquem qual a real situação da licitação da Vila Olímpica.

Enquanto espera uma definição, a diretoria da Aruc se prepara para comemorar, em grande estilo, os 50 anos da entidade, em outubro de 2011.

SAIBA +
A escola lançou o Projeto Aruc 50 Anos. Ele começa no Carnaval de 2011, quando a escola levará para a Avenida um enredo contando sua história - Aruc Jubileu de Ouro - Uma História de Amor em Azul e Branco. Outras atividades serão realizadas ao longo de todo o ano.

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Matéria no Jornal Alô Brasília.

A edição de hoje, dia 21 de outubro, tráz uma matéria especial sobre o nosso aniversário.
Leiam o arquivo em PDF, clicando aqui.

Aruc celebra 49º aniversário

Por Gabriel Jabour, Tribuna do Brasil, 21/10/2010.

Festividades de comemoração incluem cursos de desenho e fantasias

A mais antiga e tradicional escola de samba do Cruzeiro, a Associação Recreativa Cultural Unidos do Cruzeiro (ARUC), completa hoje 49 anos de existência. Trinta vezes campeã dos desfiles de escolas de samba da região, é a única escola de samba do Brasil a possuir um octa-campeonato (de 1986 a 1993). A associação ganhou também títulos locais e nacionais em várias modalidades esportivas.
As festividades de comemoração aos 49 anos da escola de samba acontecem em novembro e dezembro, quando a entidade realiza a etapa II do Projeto Fabricando Carnaval, que oferecerá gratuitamente às escolas de samba e à comunidade de Brasília, cursos de desenhos de figurinos, perucaria, maquiagem artística, cabeças de fantasias, adereços e esculturas para alas e alegorias – além do Projeto Carnaval: Arte, do barracão à avenida, com cursos de escultura de isopor e pastelação e artes em espuma. Esses dois projetos têm o apoio do Fundo de Apoio à Cultura da Secretaria de Cultura do DF. Na programação também está incluída uma festa com a participação de sambistas locais e das baterias da Aruc, Águia Imperial e Bola Preta de Sobradinho, quando lançará oficialmente o seu enredo para o Carnaval 2011, a marca comemorativa e o Projeto do cinqüentenário da entidade.
Dando início ao ano do seu cinqüentenário, a entidade lançou o Projeto Aruc 50 Anos. As atividades têm início no carnaval de 2011, quando a azul e branco do Cruzeiro levará para a Avenida um enredo contando a sua história – Aruc Jubileu de Ouro – Uma História de Amor em Azul e Branco.
Durante todo o ano de 2011 estão programadas várias atividades, como a realização do concerto Canta Gavião especial, tradicional evento cultural promovido pela Aruc nos anos 1980 e 1990. A programação conta com torneios esportivos, o lançamento de um CD com os melhores sambas-enredo da história da escola e um DVD com um documentário sobre os 50 anos da entidade, dirigido pelo cineasta Vladimir Carvalho. A associação também lançará um livro de fotos históricas e planeja um grande show de comemoração dos 50 anos, com a presença de nomes consagrados do samba brasileiro, fechando as atividades em outubro de 2011.
Para o presidente da entidade, Moacyr Oliveira Filho, o Moa, a comemoração da data é contraditória. “Temos muito o que comemorar. Estamos vivenciando nosso cinquentenário. É uma escola que é patrimônio cultural de Brasília e que se tornou referência em todo o Brasil. Tudo isso é motivo de orgulho”, alegra-se. Em meio às comemorações, ele destaca que a escola vive um momento problemático. “Nossa situação é de dificuldade por causa de nossa insegurança jurídica em relação à área que ocupa desde 1983 e que se encontra em situação irregular desde 2003, quando venceu o último contrato de ocupação com o GDF e que até hoje não foi renovado”, completa. Segundo Moa, a esperança é que o próximo governo resolva o problema.

Entenda a situação
Em 2008, o então governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda, decidiu que a área ocupada pela escola de samba seria transformada na Vila Olímpica do Cruzeiro, onde a entidade teria sua sede e espaço para suas atividades, além de poder se habilitar, como Organização Social, a administrar a Vila Olímpica. “A obra foi licitada pela Novacap e a licitação foi homologada, mas até hoje não saiu do papel, abatida pela crise política que se instalou na cidade”, especifica.
Moacyr Oliveira ressalta que, sem alvará de funcionamento, a entidade fica impedida de promover grandes eventos, cobrar mensalidade de seus associados e até mesmo de captar patrocínios, o que está provocando uma grave crise financeira que ameaça a sua própria sobrevivência.
A 1ª Promotoria de Defesa do Meio Ambiente e Patrimônio Cultural decidiu intervir. No final de setembro, o promotor Roberto Carlos Batista instaurou um Procedimento Interno para acompanhar a ação para a proteção do patrimônio cultural imaterial representado pela Aruc.

ARUC 49 ANOS

Dia 21 de outubro: 49 anos de ARUC!
Para celebrar esta data, apresentamos este vídeo com imagens históricas ao som do nosso hino.


quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Carnaval em clima de cinquentenário

Blog da Paola, 20/10/2010.

A Aruc, mais tradicional escola de samba de Brasília, completa, nesta quinta-feira (21), 49 anos de existência. Os preparativos para o cinquentenário da escola, porém, começam em clima de expectativa e indefinição quanto ao futuro da escola. Apesar de ter sido reconhecida oficialmente pelo GDF, por um decreto do então governador José Roberto Arruda, como Patrimônio Cultural Imaterial do DF, a Aruc luta para regularizar a situação do terreno que ocupa desde 1983.

Depois de muitas idas e vindas, em 2008, o governador decidiu transformar a área ocupada pela agremiação na Vila Olímpica do Cruzeiro, e, transformada em organização social, a própria entidade poderia se habilitar para administrar a vila e, assim, continuar no mesmo local. A obra foi licitada, a licitação já foi homologada, mas ainda não saiu do papel, abatida pela crise política provocada pela Operação Caixa de Pandora.

A situação chamou a atenção do Ministério Público que instaurou um Procedimento Interno para acompanhar a ação do Distrito Federal para a proteção do patrimônio cultural imaterial representado pela Aruc. Enquanto esperam pela solução do impasse, os dirigentes da escola preparam os festejos dos 50 anos da entidade, em 2011. A festa tem início no carnaval, quando a escola vai desfilar o enredo “Aruc Jubileu de Ouro – Uma história de amor em azul e branco”, contando a história da escola. Ao longo do próximo ano, a agremiação pretende lançar um CD com os melhores sambas-enredo da sua história, um DVD com um documentário sobre os 50 anos da entidade, dirigido pelo cineasta Vladimir Carvalho, que aceitou o convite da diretoria, e um livro com fotografias históricas.

O Projeto Aruc 50 Anos prevê, ainda, um Concerto Canta Gavião especial – tradicional evento cultural promovido pela entidade que fez muito sucesso nos anos 90, torneios esportivos e um grande show, com nomes de destaque do samba brasileiro,que fecharia as comemorações em outubro do ano que vem. Para o presidente da escola, Moacyr de Oliveira, o grande presente esperado pela comunidade cruzeirense seria mesmo do governador Rogério Rosso: a autorização, ainda este ano, para o início das obras da Vila Olímpica.

domingo, 3 de outubro de 2010

Aruc pode fechar

Procuradoria de defesa do meio ambiente abriu investigação para garantir a sobrevivência da Aruc. Associação enfrenta problemas financeiros - uma consequência da ocupação irregular.

A Aruc tem quase 50 anos de história, 30 títulos e um carnaval que virou patrimônio cultural e imaterial do DF. Mesmo com tanta glória, a Associação Recreativa Cultural Unidos do Cruzeiro enfrenta problemas. A sede está em situação ilegal desde 2003, quando venceu o contrato de concessão da área, firmado com o GDF.

“Nós não temos alvará de funcionamento e isso nos impede de fazer uma série de atividades, de promover grandes eventos, de cobrar mensalidades dos nossos associados, até mesmo de captar patrocínios”, conta o presidente da Aruc, Moacyr de Oliveira Filho.

Há dois anos, o GDF fez uma proposta que poderia reverter esse impasse: transformar o clube de 38 mil metros quadrados em uma vila olímpica. Dessa forma, o terreno seria regularizado e a associação continuaria funcionando dentro da vila. No ano passado, a licitação para reforma do espaço chegou a ser feita, mas, diante da crise política, o projeto não saiu do papel.

O Ministério Público entrou no caso e a promotoria de defesa do meio ambiente e do patrimônio cultural pretende intermediar uma negociação com o governo. “Uma vez transformada em vila olímpica, as atividades da Aruc, na qualidade de organização social, atende as exigências e ela pode concorrer a administração do terreno. Como tem equipamentos instalados, para ela seria mais vantajoso”, explica o promotor Roberto Carlos Batista.

A ocupação irregular vem desde a primeira concessão. Segundo a promotoria de defesa do meio ambiente, a Aruc está em área de clube de vizinhança, mas não tem essas características. A assessoria de imprensa da Novacap informou que a construção da vila olímpica no Cruzeiro não tem data para ter início. O projeto não saiu do papel por falta de recursos.

Leonardo Ribbeiro / Marcone Prystho, DF TV 2ª edição, 2/10/2010.

MPDFT quer ajudar Aruc

A 1ª Promotoria de Defesa do Meio Ambiente e Patrimônio Cultural decidiu intervir para ajudar a solucionar os problemas financeiros da Associação Recreativa Cultural Unidos do Cruzeiro (Aruc).

A entidade funciona há sete anos em uma área irregular porque espera uma definição do governo sobre sua situação. Depois que a concessão da área que ocupa foi encerrada, o governo ficou de fazer a licitação do local para que a ocupação se tornasse regular, mas a licitação não foi realizada. Em 2009, a agremiação recebeu do GDF o título de patrimônio imaterial do DF e a promessa de transformar a área ocupada por sua sede em Vila Olímpica. Dessa forma, a Aruc teria a possibilidade de concorrer ao processo seletivo para administrar a Vila. A licitação para início da construção da vila olímpica já está pronta, falta apenas a assinatura do governador.

Esta semana, o promotor Roberto Carlos Batista convidou a direção da entidade para uma conversa para oferecer ajuda à agremiação. Moacyr de Oliveira Filho, presidente da Aruc, e Helio dos Santos, do conselho administrativo, explicaram que, por conta da situação irregular, a entidade tem dificuldades para conseguir verbas ou desenvolver trabalhos sociais e culturais para a comunidade.

O promotor Roberto Carlos Batista instaurou Procedimento Interno para acompanhar a ação do Distrito Federal para a proteção do patrimônio cultural imaterial representado pela ARUC. A partir disso, a Novacap, a Gerência das Vilas Olímpicas, a subsecretaria de Vilas Olímpicas da Secretaria de Esportes e a Secretaria de Cultura serão notificadas para que explique qual a real situação da licitação da vila olímpica. A expectatida da comunidade agora é que, com o apoio do Ministério Público, a licitação tenha andamento.

Blog da Paola, em 30/09/2010 às 16:26

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Prodema abre investigação para garantir sobrevivência da Aruc

A 1ª Promotoria de Defesa do Meio Ambiente e Patrimônio Cultural reuniu-se na última terça-feira, 28, com representantes da Associação Recreativa Cultural Unidos do Cruzeiro (Aruc). Motivado pela matéria intitulada "Balança, mas não cai", do jornal Correio Braziliense, o promotor Roberto Carlos Batista convidou presidente e conselheiro da instituição para uma conversa e que permita ao MPDFT auxiliar no encontro de soluções para os problemas financeiros causados pela irregularidade no terreno.

Moacyr de Oliveira Filho, presidente da Aruc, e Helio dos Santos, do conselho administrativo, relataram ao promotor as dificuldades de conseguir verbas para a organização em consequência do estado irregular da Associação. Por conta da instabilidade jurídica que vive, a Aruc fica impedida de desenvolver trabalhos sociais e culturais para a comunidade.

Como encaminhamento do encontro, o promotor Roberto Carlos Batista instaurou Procedimento Interno para acompanhar a ação do Distrito Federal para a proteção do patrimônio cultural imaterial representado pela ARUC. Oficiou, então à Novacap, Gerência das Vilas Olímpicas (vinculada ao Gabinete do Governador do DF), Subsecretaria de Vilas Olímpicas da Secretaria de Esportes e Secretaria de Cultura. O expediente requere informações sobre a licitação pendente e às possíveis medidas para remediar o problema - além de garantir a proteção do patrimônio cultural representado pela instituição.

Entenda o caso

Em 1983, o terreno foi concedido para uso da Associação pelo Distrito Federal.

Em 2003, o prazo de ocupação que havia sido firmado entre a organização e o DF expirou. Por força de um Termo de Recomendação expedido pela 4ª Promotoria de Defesa da Ordem Urbanística, o governo deveria realizar licitação para ocupação correta do local, o que impediu a renovação da concessão pela Aruc. O Governo do Distrito Federal, porém, não promoveu a licitação.

Em 2009, após seis anos em situação irregular, a Escola de Samba recebeu do GDF o título de patrimônio imaterial e a promessa do governo local de transformar a área ocupada por sua sede em Vila Olímpica. Com isso, a Aruc teria a possibilidade de concorrer ao processo seletivo para administrar a Vila - desde que alterasse sua natureza jurídica para "organização social", o que ocorreu há aproximadamente dois anos. No entanto, com a mudança no governo do DF, a licitação permanece paralisada.

Fonte: Site do Ministério Público do DF e Territórios, 30/09/2010.

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Perto dos 50 anos, Aruc enfrenta problemas e sobrevive às custas de amigos

Gabriela de Almeida, do Correio Braziliense de 21/09/2010.
O nome resume bem a aliança: Associação Recreativa Cultural Unidos do Cruzeiro. A união da mais antiga escola de samba do Distrito Federal com os moradores do Cruzeiro não está só no nome. Os moradores são os protagonistas dessa história. Prestes a comemorar 50 anos, a Aruc enfrenta uma crise que só não a levou à derrocada graças à ajuda de amigos e colaboradores, em sua maioria formada por moradores da cidade.

Enumerar os problemas entristece a voz de Moacyr de Oliveira Filho, o Moa, presidente da escola, que cita um samba de Nelson Sargento ao dizer que a escola “agoniza, mas não morre”. Estrutura física em estado precário, falta de recursos financeiros e irregularidade no terreno são os principais problemas enfrentados pela administração da entidade. Por conta da falta de regularização, a escola não pode cobrar mensalidade dos associados e, portanto, vive às custas das apresentações da bateria da escola em festas e shows, da ajuda da comunidade e do dinheiro dos próprios dirigentes.

Em fevereiro de 2009, a escola recebeu o título de Patrimônio Cultural e Imaterial do Distrito Federal, concedido em decreto assinado pelo ex-governador José Roberto Arruda. “Vivemos em um dilema. Uma entidade de quase 50 anos, reconhecida oficialmente pelo próprio governo, está de mãos amarradas. Estamos sem receber prêmio do carnaval há três anos. Esse é um problema que envolve outras escolas também. É com o dinheiro das premiações que sobrevivemos ao longo dos anos”, desabafa.

Durante o carnaval são mobilizadas 1.200 pessoas e a despesa mensal da escola gira em torno de R$ 3 mil. Paralelamente às atividades carnavalescas, a entidade atua com programas esportivos, oficinas e cursos. E para a Aruc não adianta só se preocupar com a realidade atual do carnaval de Brasília. Com recurso do FAC e de emenda parlamentar, há dois anos a escola formou oficinas de carnaval com aulas de confecção de fantasia, adereços, carros alegóricos, ritmistas, escultura em isopor e maquiagem artística. “Trouxemos os professores do Rio de Janeiro em parceria com outras escolas do DF. É importante a gente formar futuros carnavalescos”, explica Moacyr.

A vida na escola
Abelardo Lopes presidiu a Aruc de 1998 a 2002 e hoje é vice-presidente de carnaval da escola. Entre as festas no barracão, os ensaios da escola e as atividades culturais ele cresceu, treinou equipes de handebol e conheceu uma bela menina que se tornaria sua esposa. “Construí minha vida na escola, como outros moradores do Cruzeiro”, afirma o dirigente, que acredita em uma volta por cima da escola. Para o presidente Moacyr, a solução é a construção de uma vila olímpica. “Esperamos que o reconhecimento do governo represente ações efetivas e concretas que garantam a nossa sobrevivência”, avalia. A vila olímpica é um projeto que virou novela. A ideia original era uma obra nova que construiria um novo espaço na área da Aruc, mas após uma reformulação no contrato, ficou decidido que o local seria somente reformado. A licitação foi feita e a Aruc se tornou uma organização social para cuidar da administração da área, mas até hoje as obras não saíram do papel.

O aniversário da escola é em 21 de outubro, mas no dia 22 haverá uma festa de lançamento do projeto Aruc 50 anos, com a programação do ano comemorativo. A previsão é que a escola consiga publicar um livro e um CD. O enredo, a gente adianta: Uma história de amor em azul e branco.

Patrimônio humano
Em 30 de março de 1959, Ivone Araújo desembarcou em Brasília. A carioca com então 28 anos participou do grupo que fundou a Aruc. Hoje com 79 anos, Dona Ivone além de ter sido uma das responsáveis pela criação da escola é a presidente da ala das baiana há 30 anos. Perto de completar 80 anos, Dona Ivone é otimista e acredita que a idade não diminui a disposição para cuidar e zelar pela Aruc. “Quando a gente gosta faz qualquer sacrifício”, conta. E o alto astral fala ainda mais alto quando se trata de assuntos delicados, como a crise que a escola vive atualmente. “Nós venceremos. Já passamos por problemas piores e vamos em frente”, vibra a simpática senhora.

Assim como o samba de Nelson Sargento, a Aruc continua firme e forte: “Samba, agoniza mas não morre/Alguém sempre te socorre, antes do suspiro derradeiro”.