terça-feira, 11 de outubro de 2011

Eu e Passarito

Ivone Lara e Passarito na ARUC em 1990.

Tão logo tomei posse na ARUC em 1980 eu e o grupo que me apoiava projetamos vários eventos e a idéia era começar os preparativos para o carnaval com antecedência. E toda a oportunidade que tínhamos para chamar alguma personalidade que estivesse participando de algum evento em Brasília para visitar os ensaios. Em uma sexta-feira o nosso colaborador Athayde Passos da Hora, sabendo que o Fluminense estaria em Brasília, pediu que fizéssemos uma festa para receber parte da delegação tricolor.

Convocamos todos os colaboradores para arrumar a quadra de ensaios e no momento em eu estávamos nos preparativos, fomos pegos de surpresa quando um carro descaracterizado encostou em frente à Secretaria da ARUC e nos comunicaram o seguinte: eram da delegacia e tinham uma ordem de um delegado morador próximo à ARUC para acabar com o ensaio por estar incomodando.

Nós ponderamos que era uma área de clube e que a entidade já existia a bastante tempo, além de um erro de procedimento pois eles estavam em um carro civil e em momento algum fizeram um comunicado formal para a diretoria da ARUC. Isso gerou uma discussão, quase chegando às vias de fato.

Tão logo essas pessoas saíram da ARUC, resolvi ir à delegacia esclarecer melhor a situação. No meio do caminho encontro o saudoso ex-presidente da Liga das Escolas de Samba Passarito que me perguntou aonde eu estava indo. Expliquei a ele, e ele foi também. Chegando lá os policiais não quiseram esclarecer nada e ainda ficaram tirando onda. Eu e Passarito não deixamos por menos e lá pelas tantas pedi a Passarito para que saísse de fininho e procurasse por um advogado. Ele então ligou para Rômulo Marinho, muito conceituado em Brasília e com livre trânsito em vários segmentos da cidade. Rômulo então ligou para o Secretário de Segurança e foi a nossa salvação.

Uma coisa ficou bem clara ali. Eu estava acompanhado da pessoa certa, pois Passarito em momento algum aceitou o desrespeito muito grande com o qual estávamos sendo tratados. Ficou marcado na minha lembrança este fato e partir de então ele passou a ser meu amigo, não só por ser solidário em um momento difícil como também por ser uma figura simpática e que demonstrava um apreço muito grande por todos os sambistas de Brasília; e o dr. Rômulo Marinho, que era compositor, foi convidado a participar das escolhas de samba-enredo e samba de terreiro.

Depois disso entramos em acordo com os moradores do Cruzeiro e não tivemos mais problemas provando que bastava uma conversa para buscarmos uma solução. Não precisava usar o autoritarismo e a força para nos calar... Não deu certo e nunca vai dar!

Helio dos Santos, com colaboração de Rafael Fernandes
Minhas histórias na ARUC

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