quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015

ADMINISTRADOR REGIONAL DO CRUZEIRO VISITA A ARUC


O Administrador Regional do Cruzeiro, Paulo Feitosa, acompanhado pelos diretores da ARUC, estiveram em reunião durante a manhã desta quarta feira, 25. Depois da reunião visitaram as instalações da sede da ARUC.

Os diretores Moacir de oliveira, Helio dos Santos, Abelardo Lopes, Pedro Gonzalez, Rafael Fernandes e Paulo Fokkus (foto), colocaram para o administrador a real situação das dependecias, bem como dados para revitalização da área. O administrador mostrou-se sensível às postulações dos dirigentes da ARUC. Todos os diretores mostraram muita satisfação com a visita do Administrador.

Da redação EG News

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015

Torneio de Futevôlei no Parque

A 2ª Copa Amigos do Futevôlei foi realizada no domingo, dia 22/02 pela manhã no Parque da Cidade, promovido pela Federação de Beach Soccer do Distrito Federal, Liga Cruzeirense de Futevolêi e Fokkus Trade com o apoio da ARUC.

sábado, 21 de fevereiro de 2015

2ª Copa Amigos do Futevôlei


 O torneio de futevôlei acontece neste domingo, às 09h, no Parque da Cidade, com entrada franca, reunindo 30 duplas formadas por atletas universitários e convidados de todo o Distrito Federal.
O projeto visa divulgar o esporte na cidade e tem o apoio da Fokkus Trade, Federação de Beach Soccer do Distrito Federal e ARUC.



quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015

Opiniões quanto ao carnaval 2015

Visão do Correio Braziliense, 19/02/2015.
O povo faz a festa

“Há males que vêm para o bem.” Brasília experimentou do dito popular no carnaval de 2015. Mergulhado na mais grave crise financeira em 55 anos, o caixa do Distrito Federal não pôde, como de praxe, subsidiar a folia de Momo. O investimento estava estimado em R$ 12 milhões. Do total, pelo menos R$ 6 milhões seriam destinados às escolas de samba e o restante, para apoio a blocos, infraestrutura, ornamentação e outros gastos. A decisão do governo foi acertada ao cortar a despesa — supérflua frente à situação dos hospitais e das escolas e ao atraso no pagamento de professores e servidores da saúde.

A suspeita de que não haveria carnaval não se confirmou. Os blocos convocaram os foliões e foram às ruas com os recursos de que dispunham e elevada dose de alegria e bom humor. Os oito grupos mais conhecidos atraíram milhares de pessoas de todas as idades em diferentes pontos do DF. Foram cinco dias de muita folia. O encerramento da festa proporcionou cenário inédito no Plano Piloto. Cerca de 100 mil pessoas, atraídas por dois blocos, tomaram o Eixão Sul. Em quatro dias, mais de 1 milhão de foliões se divertiram nos vários pontos de concentração espalhados pelo Distrito Federal.

O Estado é necessário para manter a segurança, a limpeza, a mobilidade e o equipamento hospitalar. No trânsito ocorreram 13 mortes, número recorde na comparação com os últimos três anos. Quatrocentos motoristas foram multados por dirigir embriagados. O consumo excessivo de álcool, principalmente por menores, produziu cenas que constrangem a cidade — jovens sendo carregados pelos bombeiros para socorro médico. Pessoas apelaram para a pancadaria em meio aos blocos. Para que episódios semelhantes não se repitam, exigem-se do Poder Público ações efetivas, como proibir a venda de bebidas alcoólicas a adolescentes.

Para o DF, não vale o modelo carnavalesco do eixo Rio-São Paulo, como insistiram, por muito tempo, os organizadores da folia na capital federal. Prevaleceram a desordem organizada e a irreverência dos blocos de rua, como ocorre no Nordeste e, mais recentemente, no Rio, em São Paulo e nas principais cidades brasileiras. Às escolas de samba ficou o recado de que é preciso buscar recursos em outras fontes a fim de ganhar a avenida. O caminho fácil dos cofres do Poder Público deixou ser a melhor opção.

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O fim do carnaval oficial
RENATO ALVES
Publicação: 19/02/2015 04:00

Após o fim de um governo que só deixou más lembranças e o início de uma administração que só trouxe más notícias, Brasília vive a boa ressaca do maior carnaval da sua história — graças à criatividade dos mais de 20 blocos.

Ainda no pré-carnaval, o Suvaco da Asa arrastou 22 mil pessoas pelas ruas do Sudoeste Econômico. Nos quatro dias oficiais da festa, o Babydoll de Nylon levou 50 mil foliões à Praça do Cruzeiro. Raparigueiros e Baratona arrastaram a mesma quantidade de gente pelo Eixão. Tantos outros reuniram milhares de brasilienses e turistas em quadras comerciais, durante o dia e à noite.

O melhor de tudo é que a festa foi realizada sem um centavo dos cofres públicos. E, dessa forma, sem palanques, camarotes, locutores oficiais, a Brasília da qual não nos orgulhamos perdeu o seu espaço cativo. Tanto que a maioria dos políticos, assessores e puxa-sacos em geral preferiu ficar em casa ou partir para o anonimato em outras bandas.

O carnaval candango foi feito e curtido por quem e da forma como deve ser um carnaval. No ritmo que, sem horários e locais definidos por burocratas, sem regras, notas e competição que não combinam com a desinibição e o deboche dos foliões. Diante de tal cenário e de tais públicos — nunca antes registrados nos carnavais da capital —, o financiamento público dos desfiles das escolas de samba perdeu o sentido. 

É de respeitar a história de tais agremiações, como a Aruc. Mas, se elas querem sobreviver e se integrar ao novo carnaval brasiliense, precisam se reinventar. Caso contrário, a geração Brasília não sentirá falta dos desfiles, sejam eles no Ceilambódromo, sejam na Torre de TV. Como já não sentiu em 2015.

Ao Poder Público e aos poderosos, o melhor é continuar cumprindo apenas com a obrigação, dando segurança e mobilidade a quem quer brincar ou ficar de fora da folia. Uma forma de retornar aos contribuintes o mínimo dos cada vez mais altos impostos que lhe são enfiados goela abaixo a cada gestão, que se elege prometendo o paraíso e, logo de início, nos apresenta o inferno, como uma sem graça piada de salão.
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Opinião de quem acompanha o carnaval de Escolas de Samba em Brasília
O carnaval em Brasília vem crescendo de fato, há alguns anos. Há, porém, muitos equívocos no que é divulgado, e pior, algumas mentiras são repetidas até que se tornem verdades.

1.       Carnaval de blocos x carnaval de Escolas de Samba
Pela quinta vez o desfile não aconteceu. Assim como em 1981, 1994, 1995 e 2003 as Escolas não puderam ir para a Avenida. Em 2015 o diferencial foi a concentração de pessoas nos blocos de rua. Bom que haja esta diversidade de opções, mas é um erro terrível apontar que nosso carnaval agora é só de Blocos e que as Escolas de samba não fazem falta. Brasília sempre foi marcada culturalmente pelas expressões artísticas de todos os pontos do país e aqui os desfiles ocorrem desde 1962! Escolas como a ARUC e Acadêmicos da Asa Norte tem mais de 45 anos e todo um legado a ser preservado. A ARUC é inclusive Patrimônio Cultural Imaterial do Distrito Federal. As escolas do Grupo Especial vêm apresentando um crescimento notável recentemente e investindo na qualificação de seus componentes nas diferentes áreas de produção artística que envolvem um desfile. Montar um bloco é muito simples e em uma semana pode-se organizar um bloco em um ponto da cidade sem dispor de maiores recursos. Um desfile de escola de samba é um trabalho de ano inteiro, e é uma expressão artística que surgiu no Rio de Janeiro, mas se adaptou e marcou muito bem cidades como São Paulo, Vitória, Florianópolis, Porto Alegre e outras, além da própria Brasília. É temerário desqualificar nossas agremiações em um universo tão grande. Penso que o necessário é repensar duas questões básicas: primeiro, a quantidade de agremiações que hoje me parece excessiva. São vinte escolas, mas destas eu diria que doze ou quatorze são de fato relevantes. Com menos escolas (e isto pode ser resolvido com fusões, a exemplo do que se propõe para Administrações Regionais) você pode ter entidades mais fortes e que representem uma comunidade maior envolvida no carnaval. O segundo ponto é a estrutura para o desfile. Cidades menores como Macapá, Florianópolis e Bauru possuem sua passarela do samba, que é utilizada ao longo do ano para outros eventos. Por que Brasília não pode ter? Talvez uma adaptação no Autódromo Nelson Piquet, na reta dos boxes, onde já há arquibancadas. Uma intervenção que poderia evitar o gasto com estruturas temporárias todo o ano e dar um espaço de referência, bem localizado para o carnaval de escolas de samba. A iniciativa privada em Brasília precisa se envolver mais e apoiar de fato, mas o governo tem sim responsabilidade com a cultura local e as escolas que fazem um trabalho sério não podem pagar por aqueles que não desenvolvem bem seu carnaval. Não é questão de tirar da saúde para gastar com fantasias. É questão de planejar bem, pois o orçamento para cultura é sempre o primeiro a ser cortado, e crise não é coisa que tenha todo ano. Em condições normais o GDF pode e deve investir em uma manifestação cultural legítima. Se tem gente achando bom que não houve desfile, garanto que houve outro tanto, contribuintes e cidadãos de bem, que ficaram muito frustrados em não poder participar da principal manifestação carnavalesca do país.

2.       Local de Desfiles
Eu fui em todos os desfiles no Ceilambódromo entre 2005 e 2012 e posso afirmar. Não foi esse sucesso de público todo que alarmam por aí. Tenho registros fotográficos de desfiles e no momento em que certas escolas de outras cidades entravam na avenida, a arquibancada estava vazia. Por outro lado, em 2013 e 2014, com a volta do desfile para o centro da cidade, no dia do Grupo Especial, a arquibancada esteve lotada. Esvaziada ela estava no dia dos grupos de acesso, aí sim, um fracasso de público, mas para isto já apontei para a redução no número de agremiações. Com menos escolas e mais investimentos para estas o público vem. E mais. O desfile é uma competição. Levar para uma cidade específica é quebrar o elemento da neutralidade. Ceilândia não tem a exclusividade do povo do DF. Há escolas do Gama, Sobradinho, Recanto das Emas, Guará, Cruzeiro e outras mais. Em todas as cidades onde há carnaval, o desfile é feito na sua área mais central por duas razões: facilidade de acesso e neutralidade. Voltar o desfile para Ceilândia é favorecer uma escola em detrimento das demais. Por mais que a Acadêmicos da Asa Norte seja do Plano-Piloto, se há um lugar que possamos considerar território neutro, é o centro de Brasília. Com o desfile ocorrendo no Autódromo como propus anteriormente e uma linha de ônibus da Rodoviária para lá, todo o Distrito Federal terá facilidade de acesso, e não apenas uma cidade, pois por maior que seja, Ceilândia não é a única.
Carnaval é festa e como expressão cultural é para todos. Quem não gosta tem o direito de ficar em casa. Quem gosta de carnaval, e de escola de samba, também tem seu direito, ainda mais considerando o histórico de mais de cinquenta anos de desfiles em nossa capital federal. Não deixem as Escolas de Samba morrer.

Rafael Fernandes é professor de História e integrante da ARUC desde 2002.

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015

O primeiro carnaval


Crônica publicada no Blog da Conceição
Terça-feira, 17 de fevereiro de 2015 04:06 pm

No primeiro carnaval de Brasília, Juscelino já não estava mais aqui. Era fevereiro de 1961, Jânio Quadros havia tomado posse um mês antes. O deputado Paulo de Tarso assumia a Prefeitura do Distrito Federal, por indicação do presidente da República, como determinava a lei. Paulo de Tarso era um Rollemberg dos anos 1960.

“A cidade que aqui se construiu — disse, no discurso de posse — não oferece muito aos que chegam, além da visão plástica e de uma efetiva afirmação de nossa capacidade realizadora.”. Bonita, mas incipiente.

Mas os motivos não eram os de agora. O prefeito anterior, Israel Pinheiro, o homem de ferro da construção da capital, não tinha tido tempo para transformar um projeto construído numa cidade efetiva. “Em todos os setores da vida de Brasília, alinham-se dificuldades que não puderam ser vencidas pelo esforço titânico dos que a construíram”, compreendia Paulo de Tarso.

O novo prefeito denunciava: “Metade dos habitantes de Brasília vive, nas favelas, a sua miséria. Sem transporte, sem escolas, sem facilidades de abastecimento e desassistidos pelo poder público”. O mais recente censo do IBGE, de maio de 1959, havia contado 64 mil moradores na nova capital. Mas acusava um crescimento mensal de 2,5 mil habitantes. Por baixo, em fevereiro de 1961, 100 mil almas viviam na cidade.

Brasília nem havia completado 1 ano e já estava contaminada pela corrupção. Inquérito na subprefeitura de Taguatinga indiciou 97 servidores acusados de receber propina e vender lotes irregularmente. Foram demitidos. Uma comissão foi designada para investigar irregularidades na administração do Gama.

Paulo de Tarso pediu à Delegacia de Trânsito a lista dos carros oficiais da cidade e determinou que eles só fossem utilizados em dias úteis e nos horários de expediente.

As ocorrências policiais de maior gravidade, naquele carnaval de 1961, foram brigas entre operários em acampamentos de empreiteiras que mantinham obras em Brasília — não por muito tempo, porque Jânio Quadros paralisaria as construções na nova capital. Um casal foi preso praticando atos obscenos nas proximidades da Imprensa Nacional, em via pública e durante o dia.

O caso de maior gravidade foi a morte do linotipista José Leonilo Julger. A lambreta que conduzia foi atingida por um ônibus. (Linotipista era o sujeito que operava o linotipo, a máquina que fundia caracteres tipográficos, como uma máquina de escrever, para impressão em papel).

E a folia? A primeira temporada carnavalesca da nova capital começou com um grito de carnaval na Rodoviária do Plano. Dias depois, os salões do restaurante da Rodô abriram-se para a escolha da primeira Rainha do Carnaval de Brasília. A bela cantora Miriam Marques venceu o “renhidíssimo pleito”, como noticiou este Correio.

“Para maior êxito da festa, a Associação dos Cronistas Carnavalescos resolveu liberar a entrada de damas”, informava o jornal. Desde que passassem por uma “seleção” para ter acesso às dependências do restaurante da Rodoviária. A medida, explicavam os organizadores, “visa a dar maior brilho à coroação de S. Majestade Rainha do Carnaval, como ao baile em si”.

A cidade moderna carnavalizava, desde cedo, a segregação social.

terça-feira, 17 de fevereiro de 2015

Com 31 títulos no DF, Aruc já planeja estimular público para desfile de 2016

Para presidente da escola, povo está decepcionado após cancelamento. Prejuízo da Aruc é de R$ 50 mil; peças devem ficar para ano que vem.
Luciana Amaral, do G1 DF, 17/02/2015.

Membros do grupo de teatro brasiliense "Os melhores do mundo", homenageados no enredo, chegaram a ir no primeiro ensaio da Aruc  (Foto: Aruc/Divulgação)

O presidente da Associação Recreativa Cultural Unidos do Cruzeiro (Aruc), a maior vencedora do carnaval de Brasília, Hélio dos Santos, disse que a escola terá de fazer um trabalho para estimular seus integrantes e simpatizantes para o carnaval do ano que vem. Com o cancelamento do desfile deste ano por falta de recursos do governo do Distrito Federal, a escola teve um prejuízo de pelo menos R$ 50 mil.

A Aruc realizou ensaios desde agosto de 2014 até o início de fevereiro deste ano.

Galpão da Aruc, no Cruzeiro, durante ensaio
(Foto: Aruc/Divulgação)

"Vamos ter de fazer um trabalho com os brasilienses e a própria comunidade do Cruzeiro para incentivá-los a participarem dos desfiles de novo. Todo mundo fica um pouco decepcionado", disse.

Campeã 31 vezes e vice-campeã nos últimos três anos, a Aruc estava empolgada para tentar voltar a vencer o carnaval do DF. "Ficamos com uma sensação e um sentimento de derrota. Com a interrupção, ficou um vazio grande. O carnaval do grupo especial cresceu muito nos últimos anos aqui em Brasília. Ele voltou para a área central e o público voltou com essa iniciativa. Teremos de refazer e reforçar a chamada para os desfiles no ano que vem."

Prejuízo
No momento, a escola estuda como tentar amenizar o prejuízo com o cancelamento dos desfiles. "Estamos com um rombo de R$ 50 mil que a gente ainda não sabe como cobrir, estamos vendo como vamos fazer. A situação é muito difícil, e olha que a Aruc é uma das que menos devem."

Os ensaios para o desfile, que teria como enredo os 20 anos do grupo de comédia brasiliense "Os melhores do mundo", começaram oficialmente em 15 de agosto. Membros da trupe chegaram a ir para o primeiro ensaio realizado.

A princípio, todos os adereços e trabalhos prontos ficarão guardados para o ano que vem. Aramados para 800 fantasias foram encomendados do Rio de Janeiro, composições de carros alegóricos estavam desenhadas, e protótipos dos figurinos, confeccionados.

Mesmo assim, o presidente da agremiação pede um posicionamento antecipado do GDF em relação ao carnaval de 2016. "Temos de ter uma garantia do governo em relação ao ano que vem, pois o cancelamento pode se repetir. Uma coisa é promessa, outra é a prática. Temos muitas despesas e foi tudo anunciado em cima da hora", afirma.

Porta-bandeira
A moradora do Cruzeiro e estudante Bárbara Duarte faria no desfile deste ano a segunda aparição como primeira porta-bandeira da escola. Ela vinha se preparando duas vezes por semana, de uma a duas horas em casa ensaio, desde o final de outubro, quando concluiu o curso de porta-bandeira.
A estudante Bárbara Duarte ia desfilar pela segunda vez como a primeira porta-bandeira da
Aruc (Foto: França Vilarinho/Divulgação)

Para Bárbara, foi ruim se preparar por um longo tempo, mas ela continuou com ensaios particulares para desfilar no bloco Cacique do Cruzeiro.
"Foi bem desagradável. A gente passa esse tempo todo se preparando e aí é cancelado. Nós até sabíamos dessa possibilidade, mas quando confirmou é que foi um baque. Agora continuo treinando para sair com o Cacique e para desfile do ano que vem. Queremos estar bem para voltarmos a vencer. Nosso passado é de muita glória, então realmente ficou esse gostinho [de decepção]."

Primeiro desfile
A estudante Lorena Guedes acompanha a Aruc há nove anos e ia desfilar na avenida pela primeira vez com um grupo de dança da escola. "A expectativa estava grande. Dá pena porque eu moro perto e vi tudo sendo construído, ficando bonitinho. Agora a alternativa é ir para os blocos."

É preciso se perder

Crônica publicada no Blog da Conceição

No banco de trás do jipe de janelinha de plástico, duas meninas eram conduzidas a seu primeiro carnaval, em fins dos anos 1960. Feita a travessia do bairro popular ao centro da cidade — algo como da Ceilândia ao Plano Piloto —, chegaram ao olho do furacão. Elas nunca havia visto tanta gente feliz, misturadas, desconhecidas umas das outras, e felizes. 

Era diferente das festas juninas, onde a alegria era doméstica, girava em torno da fogueira e reluzia em estrelinhas de fogos de artifício. 
O carnaval é geneticamente urbano. Seu território é o asfalto, o anonimato. É saliente, o carnaval. Precisa das cidades, das praças e das avenidas para desarrumar as cidades, os bons modos e a espécie urbana. Não é fácil ser civilizado, mesmo para quem apenas finge que é. 

Carnaval de rua, como aquele das duas meninas do jipe da janela de plástico, nasce da combustão urbana. 

Em Brasília, ele nasceu da saudade do Rio de Janeiro. Da saudade da democracia surgiu o bloco mais importante da cidade. 

Aos 55, a nova capital é invadida por mais de 40 blocos de carnaval — contei 44, mas há quem diga que são mais de 50. A maioria deles avança pelo Plano Piloto, desde a Praça do Cruzeiro, passando pela contramão da W3, se derramando no Eixão, descendo e subindo as tesourinhas e parando nas entrequadras. 

Se doutor Lucio estivesse vivo, se sentiria tão positivamente surpreso quando de sua visita à Rodoviária na década de 1980. O arquiteto percebeu que o povo havia melhorado a obra dele, transformado uma projeção elitista numa praça popular. 

Não é só em Brasília que o carnaval de rua está explodindo. Essa recente invasão carnavalesca talvez faça parte de um movimento de ocupação das cidades, um gesto político da população cansada do fracasso urbano, um modo espontâneo de re-humanizar as metrópoles antes que elas nos desumanizem irremediavelmente. 

Muita coisa mudou desde o carnaval visto da janelinha de plástico, mas nada mudou. É preciso se perder, pelo menos uma vez por ano. E se perder na multidão é um modo de se reconhecer um no outro, uns nos outros. 

Escolas de samba começam a calcular prejuízos com a folia que não ocorreu

Existem agremiações com dívidas de R$ 250 mil. Parte do material e da mão de obra veio de São Paulo e do Rio

por Kelly Almeida , Roberta Pinheiro do Correio Braziliense, 17/02/2015.

Maior do que a decepção em não realizar um carnaval é a preocupação de que a crescente cultura dos desfiles em Brasília morra. Desde o ano passado, os barracões das agremiações funcionavam a todo vapor. Fantasias, carros alegóricos, sambas-enredo. Tudo preparado para entrar na avenida e tentar buscar o título de campeã ou subir para o grupo especial. O sonho, porém, foi interrompido quando o Governo do Distrito Federal (GDF), alegando crise financeira, cancelou os eventos oficiais da festa. Sem desfiles, restou o prejuízo. A União das Escolas de Samba e Blocos de Enredo do DF (Uniesbe) estima que o valor chegue a R$ 2 milhões. O governo diz que estuda uma solução.

Fantasias da Aruc estocadas: escola havia investido R$ 100 mil e sairia com 1 mil componentes
Com 90% das fantasias prontas, a Acadêmicos do Riacho Fundo 2 calcula as dívidas em R$ 140 mil. O valor foi gasto com material e mão de obra de profissionais vindos do Rio de Janeiro para preparar as vestimentas dos componentes. Os preparativos começaram em agosto do ano passado. Quando o GDF anunciou o cancelamento dos desfiles, só faltava à escola começar a preparação dos carros alegóricos. “Nós compramos o material do Rio, com uma carta de crédito, pois eles sempre esperam até o fim do ano para receber, que era quando conseguiríamos o repasse do GDF. Agora, estão ligando das lojas querendo saber dos pagamentos. O mais difícil disso tudo é saber que pais e mães de família trabalharam e vão voltar para casa sem conseguir pagas as contas”, lamenta o diretor financeiro da escola, Marcelo Marques.

A agremiação desfilaria com 600 componentes e viria com o tema “Ópera Africana e Brasileira — O canto da maioria silenciado”. Agora, resta aos organizadores guardar o material. Por enquanto, está tudo acumulado na Casa da Cultura, no Guará. “O material de algumas escolas está lá. Vamos dar um jeito de guardar tudo o que foi feito com a promessa de usar o ano que vem”, explica Marcelo Marques. “A situação é de desespero total. As diretorias estão deprimidas com o processo. Vamos ter que fazer rifas e bingos para tentar arcar com o prejuízo”, complementa Alaídes Rodrigues de Sousa, presidente de honra da Aruremas, do Recanto das Emas. A agremiação gastou R$ 62 mil. “Vínhamos para disputar o carnaval e melhoramos todo o material. Desfilaríamos com 862 pessoas e faríamos homenagem a Lampião e Maria Bonita.”

Este ano, a maior campeã do carnaval brasiliense, a Aruc, homenagearia a companhia de teatro Os Melhores do Mundo, que completa 20 anos em 2015. Havia investido R$ 100 mil e sairia com 1 mil componentes. Parte do material ficará guardado, mas a presidência afirma que uma parte acaba se destruindo com o tempo. “O maior prejuízo é institucional, uma vez que a não realização do carnaval quebra a sequência de bons desfiles que as escolas vinham fazendo, e isso é muito difícil de recuperar. É um trabalho de anos do grupo especial”, lamenta Hélio Santos, presidente do conselho de administração. “A gente luta agora para garantir o carnaval de 2016, senão, será decretado o fim das escolas de samba de Brasília.”

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2015

ARUC no Galinho de Brasília


Sem desfile das Escolas de Brasília neste ano, a ARUC não ficou parada. Além de manter a programação de ensaios até o domingo que antencedeu o carnaval, sua bateria Ritmo Quente vem se apresentando em vários eventos pela cidade e nesta segunda-feira de carnaval foi convidada a participar do desfile do Galinho de Brasília. O bloco de frevo se concentrou no Setor de Autarquias Sul e saiu pela L1 Sul e o casal de Mestre-Sala & Porta Bandeira Rolando e Jéssica conduziram o pavilhão azul e branco ao som das marchinhas da Orquestra Marafreboi junto aos bonecos do bloco em uma bela integração de dois estilos consagrados de carnaval, o samba e o frevo.



sábado, 14 de fevereiro de 2015

Veja BSB publica matérias sobre a ARUC






GOVERNADOR ROLLEMBERG VISITA A ARUC E REAFIRMA SEU COMPROMISSO COM O CARNAVAL DE BRASILIA

Convidado pela diretoria da ARUC, o governador Rodrigo Rollemberg visitou no domingo (08/02), a nossa quadra, acompanhado do Secretário de Turismo, Jaime Recena, e do Administrador do Cruzeiro, Paulo Feitosa, prestigiando o último ensaio da ARUC no Carnaval 2016.

Recebido pelo presidente da ARUC, Márcio Coutinho (Careca), pelo presidente da Uniesbe, Geomá Clementino (Pará) e por outros diretores da ARUC, o governador Rollemberg circulou à vontade pela quadra, cumprimentou o público presente, posou para fotos, recebeu o nosso pavilhão e, num clima de muita descontração, chegou a tocar chocalho com a Bateria da ARUC.
O governador declarou estar emocionado com o carinho com que foi recebido pela comunidade cruzeirense e postou em seu perfil pessoal no facebook: “Emocionante a recepção que tive agora na ARUC, mesmo sem desfile das escolas de samba, em função da crise financeira que passa o GDF, recebi centenas de manifestações de compreensão, carinho e de fé no futuro. Isso tudo me faz ter certeza que com nossa união Brasilia vai vencer”.

A diretoria da ARUC e a comunidade cruzeirense, embora tristes e lamentando a não realização dos desfiles das escolas de samba de Brasília neste ano, entendem a decisão do governador, diante da grave crise financeira vivida pelo GDF, e lhe dão um crédito de confiança, na esperança de que, superada a crise atual, Brasília terá um grande Carnaval em 2016.

Durante a visita, o governador sinalizou que pretende criar as condições para viabilizar os desfiles das escolas de samba em 2016, com o pagamento da subvenção até outubro, determinou que o Secretário de Turismo acelere o processo para a concessão de terrenos para as entidades carnavalescas que não possuem sede, prometeu viabilizar junto à Secretaria do Trabalho convênios para a realização de cursos de capacitação profissional para a cadeia produtiva do Carnaval e pediu que o Secretário de Turismo e o Administrador do Cruzeiro agilizem o processo de regularização da área ocupada pela ARUC e a volta do alambrado que cerca o terreno para o seu local original, desfazendo as alterações promovidas pelo governo anterior, à revelia da diretoria da ARUC e da Secretaria de Esportes, proprietária oficial da área.