Por Irlam Rocha Lima para o Caderno Diversão & Arte, Correio Braziliense, 29 de julho de 2011.
A Associação Recreativa Unidos do Cruzeiro, a tradicional Aruc, parte importante da cultura brasiliense, começa amanhã as comemorações dos 50 anos. Para conferir nobreza maior à celebração, a direção da escola terá como convidado ninguém menos que um clássico do samba, o veterano Fundo de Quintal — o mais premiado grupo de samba do país.
A Associação Recreativa Unidos do Cruzeiro, a tradicional Aruc, parte importante da cultura brasiliense, começa amanhã as comemorações dos 50 anos. Para conferir nobreza maior à celebração, a direção da escola terá como convidado ninguém menos que um clássico do samba, o veterano Fundo de Quintal — o mais premiado grupo de samba do país.
Criado no fim da década de 1970, o Fundo de Quintal é originário do Cacique de Ramos, o mítico bloco de carnaval do Rio de Janeiro que, a exemplo da Aruc, completa 50 anos em 2011. No show, Bira Presidente, Sereno e Ubirany (remanescentes da formação original), Ademir Batera, Ronaldinho e Flavinho aproveitam para lançar na capital Nossa verdade, o 30º álbum.
“Estamos felizes por podermos festejar com o pessoal da Aruc os 50 anos de vida da escola brasiliense. Temos nos apresentado ali desde a década de 1990, e sempre fomos recebidos com respeito e entusiasmo pelo público”, comemora Ubirani. “Agora estamos levando o show que tem por base o repertório do CD mais recente, Nossa verdade, embora com o recheio dos nossos maiores sucessos”, acrescenta.
Desse novo disco, Ubirany destaca Luz da alvorada (Dona Ivone Lara e Délcio Carvalho), Poder de curar (Arlindo Cruz e André Rocha), Lá debaixo da tamarineira (Flavinho Silva, Ronaldinho e André Rocha), Cacique consagração (Sereno e André Rocha), e a faixa título, de autoria de Sereno. Há, ainda, a releitura de Conselho e Insensato Coração, sambas clássicos da obra de Almir Guineto.
Todas estarão no roteiro do show, assim como as consagradas O samba tem que continuar (Arlindo Cruz e Luiz Carlos da Vila), Batucada dos nossos tantans (Sereno) e o também esperado pot-pourri de partido alto. “Esses sambas nunca podemos deixar de cantar, pois, além de fazer parte da nossa história, são sempre aguardados por quem nos assiste”, destaca Ubirany.
O sambista fala com entusiasmo do Cacique de Ramos, que vem recebendo muitas homenagens desde o ano passado, quando ganhou o título de Patrimônio Imaterial do Rio de Janeiro, conferido pelo prefeito Eduardo Paes. “A história do bloco será contada no samba-enredo da Mangueira, no carnaval de 2012”, comemora Ubirany. Do desfile, na Marquês de Sapucaí, com certeza participarão, além dos atuais integrantes do Fundo de Quintal, outros sambistas que passaram pelo grupo, como Almir Guineto, Jorge Aragão, Arlindo Cruz, Sombrinha e Cléber Augusto.
Fundo de Quintal
Show do grupo carioca amanhã, à meia-noite, na Aruc (Cruzeiro Velho). Antes, a partir das 19h30, vão se apresentar o sambista carioca Charles André, os grupos brasilienses Amor Maior e Coisa Nossa e a Bateria Nota 10 da escola. Entrada franca. Não recomendado para menores de 16 anos.
Espaço Carlos Elias
A Aruc tem programado uma série de eventos para comemorar os 50 anos. Em 20 de agosto, por exemplo, a escola inaugura o Espaço Carlos Elias, em homenagem ao veterano compositor, conselheiro da entidade, onde serão promovidas rodas de samba. A grande festa, com extensa programação, porém, será em 21 de outubro — a data do aniversário.
“Naquele dia haverá a apresentação da Velha Guarda da Portela e de outros convidados; também serão lançados: um CD com a gravação de sambas-enredos da Azul e Branco; um DVD, com documentário contando a história da escola; e um livro que contém imagens históricas”, anuncia Moacyr Oliveira Filho, o Moa, presidente da Aruc. “Todos esses produtos estão em fase de conclusão”, acrescenta.
Com 31 campeonatos conquistados, a Aruc obteve o título de tricampeã do carnaval de Brasília neste ano, tendo como enredo Aruc Jubileu de Ouro — Uma história de amor em azul e branco, idealizado por Moa. O samba-enredo é de autoria de Dislon Marimba, Mestre Lolo, Diego Tavares e Diogo Nicolau. “Esse título, possivelmente, tenha sido nossa conquista mais simbólica”, alardeia o presidente.
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