15 de Janeiro de 2012 às 18:35
Natalia Emerich_ Brasíli247 – Os problemas da Associação Recreativa e Cultural Unidos do Cruzeiro (Aruc) não se limitam ao repasse, sempre em cima da hora, de recursos públicos para a confecção de fantasias e carros alegóricos. A agremiação, tombada como Patrimônio Cultural e Imaterial do DF em 2009, há 12 anos ocupa área pública de forma improvisada.
A escola de samba cinquentenária nasceu em 1961, desfilou oficialmente pela primeira vez em 1963 e possui sede no Cruzeiro desde então. De lá para cá a associação coleciona homenagens, títulos e até chave dourada da cidade, mas não tem casa. A ocupação é validada de tempos em tempos, por meio de alvarás provisórios.
O terreno ocupado pela Aruc pertence à Terracap e o contrato que permitia a ocupação da área venceu em 2000. “Quando a permissão perdeu a validade o Ministério Público do DF afirmou que para renová-la era necessário fazer licitação”, explica o presidente da Aruc, Moacyr de Oliveira. Segundo ele, há mais de uma década entra governo e sai governo, surgem promessas e ideias, mas nada é feito.
“É um assunto que se arrasta há vários anos, inclusive é uma das nossas reivindicações”, afirma Moa. Segundo ele, a solução ideal seria transformar a área em uma espécie de Vila Olímpica – espaço recreativo com atividades sociais, culturais e esportivas –. A ideia surgiu na gestão de Arruda, não saiu do papel e foi retomada pelo atual governo, que depois de um ano no comando também não tomou providências.
A situação parece não ter prazo para ser solucionada. “Em tese a gente vive sob ameaça constante, mas na prática sabemos que não tem como nos tirar dali”, afirma Moa. O presidente da Aruc explica que o problema maior está nas atividades cotidianas. “Temos dificuldade em estabelecer parcerias e conseguir patrocínios”, finaliza Moa.
O secretário de Cultura em exercício Miguel Ribeiro afirma que é a favor da regularização da atual sede da Aruc, mas diz que questões fundiárias devem ser tratadas pela Terracap e pela Secretaria de Habitação, Regularização e Desenvolvimento Urbano. As assessorias de imprensa dos dois órgãos passaram a bola para a Administração Regional do Cruzeiro – responsável pelos alvarás provisórios. Lá, porém, o responsável só se pronunciará na segunda-feira (16).
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