terça-feira, 27 de setembro de 2011

Mauro – voz e ritmo de um guerreiro

Em 1985 a ARUC criou os Jogos Comunitários do Cruzeiro e o evento envolvia as comunidades do Cruzeiro Velho, Novo, Octogonal, SMU e SIA, e em especial os colégios da região. A idéia era que o evento fosse organizado com voluntários e nas reuniões que antecederam a abertura o Mauro que era ritmista e puxador ficou encarregado de coordenar e apitar os jogos de vôlei, junto com a sua namorada Silvinha, que era atleta federada de Brasília e já despontava como uma das grandes atletas de nossa cidade.
O evento atingiu uma dimensão muito grande com uma participação maciça da comunidade. Um dia antes da abertura fui procurado pelo Mauro que me falou que havia sido procurado por um grupo de amigos do Guará para um churrasco em Planaltina. Ponderei que ele era indispensável e não tinha um substituto para seu lugar. Não teve jeito. No dia seguinte tive de improvisar, me virando e apitando alguns jogos.
No final de uma tarde de sábado do mês de agosto, após a realização dos primeiros jogos recebi um telefonema do Vareta e que as primeiras informações indicavam o falecimento de Mauro e Silvinha no trajeto de volta de Planaltina. Fomos eu, Vareta e Zuca ao hospital de Sobradinho e infelizmente a notícia se confirmou.
Em um carro com cinco pessoas, quatro adultos e uma criança, faleceram os dois cruzeirenses. Para mim foi uma das piores notícias desde que estou na ARUC. Posso dizer que Mauro era um dos meus braços direitos. Era um grande ritmista, compositor e cantava os grandes sambas-enredos da época com grande sucesso. Quando o ensaio estava fraco eu corria até o Mauro e passava o microfone para ele. Em um instante os ensaios cresciam em animação e empolgação.
Ele freqüentava minha casa e era querido por todos no Cruzeiro e em Brasília, tendo feito parte do grupo Coisa Nossa e fez o samba mais famoso do Cacique do Cruzeiro. Quem não se lembra do refrão “Cantei, cantei e fiz a galera delirar...”
Infelizmente o destino levou uma das maiores revelações da nossa ARUC. Dos mais antigos da ARUC ninguém esquece o Mauro.

Helio dos Santos, com colaboração de Rafael Fernandes
Minhas histórias na ARUC

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