Carlos Elias, 82 anos, um dos compositores mais antigos da cidade: o samba nunca morrerá |
Esperança
O samba não tem mais a força de antigamente na cidade, quando já nos ensaios técnicos a Associação Recreativa Unidos do Cruzeiro (Aruc) ficava lotada, com fila de gente na porta para entrar. A escola ainda faz eventos ao longo do ano, como no último sábado, no entanto, o presidente, Márcio Coutinho, reconhece que os desfiles fazem falta. Mais do que isso, influenciam o ânimo do folião. “A Aruc faz esses eventos como uma forma de manter acesa a chama das escolas de samba. Mas não vamos ter o desfile mais um ano, o que prejudica. As pessoas ficam desanimadas e muita gente que gosta de samba vai sair da cidade, vai atrás de onde tem”, afirma.
Um dos sambistas mais antigos de Brasília, o compositor Carlos Elias, 82 anos, é categórico: a crise é temporária. Se depender dele, o samba nunca morrerá. “Da minha parte, faço o que posso para não deixar o samba morrer. O samba não perdeu força, mas quando era mais vivo exercia mais influência. Vinha gente de fora, muita gente de embaixadas, e era muito legal. Hoje, não tem mais, e um dos erros foi tirar o desfile do centro da cidade”, observa.