quinta-feira, 19 de outubro de 2017
quarta-feira, 18 de outubro de 2017
ARUC - 56 anos de uma história de amor em azul e branco
No próximo dia 21 de outubro, a Associação Recreativa e Cultura Unidos
do Cruzeiro – ARUC, completa 56 anos de existência.
Para comemorar a data,
a ARUC promove, no dia 22 de outubro, domingo, a partir das 13 horas, mais uma
edição da sua tradicional Feijoada do Gavião, com a participação do conjunto
Samba Show, Fabinho Samba, Carika, Milsinho, Dhi Ribeiro e da Bateria Ritmo
Quente da ARUC, intérpretes, passistas, Velha Guarda e casais de mestre-sala e
porta-bandeira. Os ingressos custam R$ 30,00, com direito à feijoada, que será
servida até às 15 horas, e podem ser adquiridos na Secretaria da ARUC. Mais
informações pelo telefone 3361-1649.
Na programação das
comemorações dos 56 anos da ARUC constam, ainda, dois eventos. Na
sexta-feira, dia 20, às 20 horas, o show de lançamento do CD Eu
Compositor, do sambista brasiliense, Milsinho, com a participação especial do
grupo Vou pro Sereno, do Rio de Janeiro. E no sábado, dia 21, às 16 horas, a
festa de lançamento das camisetas do bloco Fio Desencapado para o carnaval
2018, com a participação da Bateria Furiosa e uma roda de samba, comandada pelo
sambista Renato dos Anjos.
É impossível falar do
Carnaval de Brasília sem falar da ARUC.
Fundada em 21 de
outubro de 1961, por um grupo de funcionários públicos, transferidos do Rio de
Janeiro para a nova Capital, a Associação Recreativa e Cultural Unidos do
Cruzeiro construiu uma história vitoriosa, nesses 56 anos de vida.
É a maior campeã dos carnavais de Brasília e
do Brasil, vencendo 31 dos 48 desfiles oficiais dos quais
participou. Só não ganhou 16 desfiles, sendo que em 11 deles ficou com o
vice-campeonato. Como se isso não bastasse, detém o recorde, inédito no país, de
octacampeã do carnaval, de 1986 a 1993, superando o heptacampeonato conquistado
por sua madrinha Portela, de 1941 a 1947.
Suas
equipes esportivas têm uma trajetória vitoriosa, conquistando vários títulos
locais, regionais e nacionais, em modalidades como o futsal masculino e
feminino, o futebol de campo, o handebol masculino e feminino e o beach soccer.
Sem
falar nos projetos culturais e comunitários, como o Cine Clube Gavião, o
Concerto Canta Gavião, os cursos de capacitação profissional para a cadeia
produtiva do Carnaval e as escolinhas de esporte para crianças carentes,
desenvolvidos pela entidade.
Por
tudo isso, a ARUC foi, oficialmente, registrada como Patrimônio Cultural
Imaterial do Distrito Federal, pelo decreto n° 30132/2009, do Governador do
Distrito Federal.
Mas
quem vê essa trajetória vitoriosa, não imagina que a história da ARUC também
teve seus momentos de crises e dificuldades.
Logo
depois da sua fundação, em 21 de outubro de 1961, o primeiro presidente, Paulo
Costa, se apaixonou por Maria Pé Grande, porta-bandeira da rival Alvorada em
Ritmo, e abandonou a entidade recém-criada à sua própria sorte. Numa atitude
que foi vista pelos cruzeirenses como uma tentativa de desestabilizar a escola
que nascia forte. O incidente deu mote ao primeiro samba de terreiro da ARUC – Muita Gente se gloreia se o Cruzeiro morrer,
de Jandira de Oliveira e Milton da Maninha, relatando a traição de Paulo Costa.
Mas, pela
primeira vez, a garra cruzeirense apareceu e Seu Santana e Seu Durval,
assumiram a direção da escola, plantando a semente que germinou e deu tantos
frutos gloriosos.
Anos
depois, em 1974, a escola foi desclassificada devido ao reduzido número de
componentes, culminando com a terceira derrota seguida, calando fundo na alma
cruzeirense.
Mas,
de novo a garra da gente cruzeirense se manifestou, e surgiu Nilton de
Oliveira, o Sabino, para reorganizar a escola e assentar as bases de uma
estrutura vitoriosa que se mantém até hoje.
Em
1979, a ARUC estava linda, confiante em mais um penta-campeonato, com o enredo Iemanjá, um poema de amor. No entanto,
um incidente, até hoje misterioso, impediu a vitória. Na hora do desfile, a
bandeira oficial não apareceu na avenida, fazendo com que o casal de
mestre-sala e porta-bandeira tivesse de improvisar uma pluma para desfilar no
lugar do pavilhão, o que custou uma nota zero no quesito, impedindo a vitória
que parecia certa. O inusitado é que ao amanhecer, a bandeira apareceu jogada
na porta da casa de Dona Juraci, ao lado da quadra da escola.
No ano
seguinte, em 1980, um carnaval desastroso custou uma nova derrota à ARUC, o que
poderia levar a uma nova crise, agravada pela não realização do desfile
oficial, em 1981.
Mas,
de novo a garra cruzeirense falou mais alto, e Hélio dos Santos, um jovem que
não sabia cantar, nem tocar, nem sambar, militando exclusivamente no esporte,
assumia a direção da escola, para substituir Sabino, cansado e doente,
reorganizando a entidade e, principalmente, seu Departamento de Carnaval, sob o
comando de Roberto de Lima Machado, montando uma equipe criativa e talentosa, que
revolucionou e modernizou o Carnaval de ARUC e de Brasília, abrindo uma nova
série vitoriosa, que culminou no inédito octa-campeonato (de 1986 a 1993).
Sem
falar nos anos em que o desfile das escolas de samba não foi realizado – 1981,
1994, 1995, 2003, 2015, 2016 e 2017, o que provocou uma tristeza profunda na
alma da gente cruzeirense.
Hoje,
a ARUC enfrenta com altivez uma nova crise, provocada pela derrota nos últimos
três carnavais e pela não realização dos desfiles das escolas de samba por três
anos consecutivos, fato inédito na história do Carnaval de Brasília, abrindo
uma igualmente inédita sequência de seis anos sem ganhar um Carnaval.
Com a
tradicional garra cruzeirense, a ARUC mantém viva suas atividades culturais e
esportivas, com a realização mensal da tradicional Feijoada do Gavião, a
promoção de shows e rodas de samba, a retomada das suas equipes de handebol e de
futsal, a realização de projetos sociais.
Essas
atividades foram intensificadas, a partir da regularização da área ocupada pela
ARUC, com a assinatura do Termo de Cessão de Uso, entre a ARUC e a Secretaria
de Esportes, em janeiro deste ano. A ARUC busca parceiros, público e privados,
para revitalizar a área e aprimorar ainda mais suas atividades e os serviços
que oferece para a comunidade do Cruzeiro.
Afinal,
como diz um dos versos do Hino da ARUC, “eu
sou um rio, transbordando de amor, eu sou ARUC, sou um vencedor”.
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