segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

Aruc passa mais um carnaval sem casa própria

Tombada como Patrimônio Cultural Imaterial do DF, associação ocupa área da Terracap há 50 anos. Desde 2000 contrato de concessão está vencido e a escola vive de alvarás provisórios

15 de Janeiro de 2012 às 18:35

Natalia Emerich_ Brasíli247 – Os problemas da Associação Recreativa e Cultural Unidos do Cruzeiro (Aruc) não se limitam ao repasse, sempre em cima da hora, de recursos públicos para a confecção de fantasias e carros alegóricos. A agremiação, tombada como Patrimônio Cultural e Imaterial do DF em 2009, há 12 anos ocupa área pública de forma improvisada.
A escola de samba cinquentenária nasceu em 1961, desfilou oficialmente pela primeira vez em 1963 e possui sede no Cruzeiro desde então. De lá para cá a associação coleciona homenagens, títulos e até chave dourada da cidade, mas não tem casa. A ocupação é validada de tempos em tempos, por meio de alvarás provisórios.
O terreno ocupado pela Aruc pertence à Terracap e o contrato que permitia a ocupação da área venceu em 2000. “Quando a permissão perdeu a validade o Ministério Público do DF afirmou que para renová-la era necessário fazer licitação”, explica o presidente da Aruc, Moacyr de Oliveira. Segundo ele, há mais de uma década entra governo e sai governo, surgem promessas e ideias, mas nada é feito.
“É um assunto que se arrasta há vários anos, inclusive é uma das nossas reivindicações”, afirma Moa. Segundo ele, a solução ideal seria transformar a área em uma espécie de Vila Olímpica – espaço recreativo com atividades sociais, culturais e esportivas –. A ideia surgiu na gestão de Arruda, não saiu do papel e foi retomada pelo atual governo, que depois de um ano no comando também não tomou providências.
A situação parece não ter prazo para ser solucionada. “Em tese a gente vive sob ameaça constante, mas na prática sabemos que não tem como nos tirar dali”, afirma Moa. O presidente da Aruc explica que o problema maior está nas atividades cotidianas. “Temos dificuldade em estabelecer parcerias e conseguir patrocínios”, finaliza Moa.
O secretário de Cultura em exercício Miguel Ribeiro afirma que é a favor da regularização da atual sede da Aruc, mas diz que questões fundiárias devem ser tratadas pela Terracap e pela Secretaria de Habitação, Regularização e Desenvolvimento Urbano. As assessorias de imprensa dos dois órgãos passaram a bola para a Administração Regional do Cruzeiro – responsável pelos alvarás provisórios. Lá, porém, o responsável só se pronunciará na segunda-feira (16).

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