segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Oficinas na Aruc ensinam, gratuitamente, a arte, do barracão à avenida

Publicação: Sexta-feira, 03/12/2010, Jornal de Brasília.


Ainda nos anos 1970, a nova capital dava sinais de manter a natureza carnavalesca do povo brasileiro, com desfiles na avenida da plataforma superior da Rodoviária do Plano Piloto. À época, Pá de Ouro, Acadêmicos da Asa Norte e a Associação Recreativa Cultural Unidos do Cruzeiro (Aruc) faziam seus carnavais com mais força de vontade do que recursos. Hoje, numa estrutura com maior aporte de verbas, a procura de profissionalização gera a necessidade de mais capacitação para viabilizar a competição da alegria do DF. Para tanto, está sendo realizado o Projeto Carnaval: Arte do Barracão à Avenida, que promove oficinas para escultura em isopor e profissionalização para muitas pessoas. O projeto trouxe instrutores cariocas para preparar cerca de 40 pessoas no Barracão da Aruc, de forma a garantir autonomia ao Carnaval da cidade.

Para a aluna da oficina Flávia Fabiane Oliveira, de 40 anos, microempresária do ramo de festas infantis, o projeto veio "como uma bênção de Deus", disse. De acordo com Flávia, o mercado dessa área é muito restrito aos artistas e artesãos que trabalham há muito tempo com o processo. Para ela, a maioria não passa os ensinamentos para manter reserva de mercado e exclusividade nos trabalhos desenvolvidos. "Trabalho com mesas de festas temáticas. Isto é caro e os aluguéis e encomendas de mesas sempre foram um custo a mais. Agora posso fazer minhas próprias mesas, reduzindo minhas despesas e ainda treinando minha funcionária, que também cresce comigo. Estou querendo até ajudar na escola de samba este ano, se sobrar tempo no serviço", disse, entusiasmada, Flávia.

Além do curso gratuito do qual Flávia está participando com instrutores do Rio de Janeiro contratados para dar as aulas, ela já participou do Curso de Arte com espuma, outra oficina encerrada na semana passada. Para a idealizadora do projeto, Vera Martini Guilan, de 56 anos, a falta de profissionais na área da produção para o Carnaval foi um dos motivos da criação dos cursos. Aposentada, Vera participou de uma oficina para realização de projetos, e decidiu enveredar pela área do Carnaval, percebendo a enorme carência de profissionais.

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