Enredo Carnaval 2023

 ARUC - CARNAVAL 2023   

Levanta, sacode a poeira e dá a volta por cima

Departamento de Carnaval

SINOPSE

Mesmo depois de 8 anos sem desfile oficial das Escolas de Samba, a ARUC, a maior campeã do Carnaval brasiliense, Patrimônio Cultural Imaterial do Distrito Federal, manteve viva a bandeira do samba, do esporte e da cultura popular, fiel ao compromisso dos seus fundadores e dos seus ancestrais.

Nesse enredo, para celebrar a volta dos desfiles, vamos contar a nossa história de resistência e homenagear todos aqueles que contribuíram para manter a ARUC viva e em plena atividade, a começar pela nossa Velha Guarda e pelas baianas, as nossas mães do samba.

Vamos pedir aos nossos guias espirituais e protetores – Seu Zé Pelintra, São Cosme e São Damião e Seu Tranca Rua, que nunca deixaram de ser louvados, cultuados e festejados, que abram nossos caminhos.

Para reforçar, ainda mais, nossa proteção, plantamos numa das entradas de nossa sede um baobá, – árvore sagrada, que representa a ligação entre o ayê (terra) e o orun (céu), como homenagem e reverência aos nossos ancestrais, aos nosso griôs, que ajudaram a nos conduzir nesses 61 anos de vida. A eles, nossa maior e eterna gratidão.

Nesses 8 anos sem desfile, nossos segmentos se mantiveram em permanente atividade, realizando ensaios, apresentações e desfiles de rua, sem perder o ritmo e a dança do samba. Nossa homenagem à Bateria Carcará e aos mestres Anderson e Leozinho, às nossas passistas, aos nossos casais de Mestre-Sala e Porta-Bandeira e ao nosso carro de som, que não deixaram o samba cair.

Outro destaque de nossa resistência foram as tradicionais Feijoadas do Gavião, que nunca deixaram de ser realizadas, sempre com grandes atrações do samba, entre elas Gilsinho, intérprete oficial da nossa madrinha Portela.

Para ampliar nossos horizontes e nossa força, nesses oito anos, firmamos parcerias e realizamos eventos com vários blocos de carnaval – Galinho de Brasília, Suvaco da Asa, Virgens da Asa Norte, Batalá, Baque Mulher, Pauta na Rua, entre outros, mostrando que a união faz a força.

O tradicional Canta Gavião foi retomado, reafirmando o nosso histórico compromisso com a cultura, especialmente a cultura popular.

E, fechando nosso tripé – samba, esporte e cultura – nossas equipes esportivas se mantiveram ativas e conquistando títulos importantes, especialmente no futsal e no handebol master feminino.

No campeonato do samba, mesmo tendo levado 3 gols nos últimos jogos, antes da paralisação da competição, o Gavião continua ganhando de goleada da Garça: 31 a 7. Um verdadeiro chocolate.

A regularização definitiva da cessão de uso do terreno, conquistada no final do ano passado, foi nossa maior vitória, e é um dos maiores símbolos de nossa resistência.

Apesar de tudo isso, enfrentamos com garra e altivez, a perseguição de um vizinho, que tentou calar a nossa voz, com base na Lei do Silêncio. Uma intensa e expressiva campanha de solidariedade – Deixa a ARUC sambar, com a participação de nomes expressivos do samba, do carnaval e da cultura, nos deu força para resistir e vencer.

Não podemos deixar de render nossas homenagens aos ex-presidentes Hélio Tremendani, Márcio Coutinho (Careca) e Moacyr Oliveira Filho (Moa), que como velhos marinheiros souberam conduzir nosso barco devagar durante esses anos de nevoeiro, e ao atual presidente Rafael Fernandes, que manteve o curso.

E vamos fechar nosso desfile com o Consulado da Portela, que realizou eventos em nossa quadra, nesses oito anos, prestando nossa homenagem aos 100 anos da nossa madrinha Portela.

Agora, chegou a hora de renascer e retomar nosso caminho de glórias e vitórias. Como diz o samba de Paulo Vanzolini: “levanta, sacode a poeira e dá a volta por cima”.

A ARUC é baobá e ninguém pode derrubar!


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