Sábado, dia 30 de maio de 2020, depois das 12h00, me despeço da Presidência da ARUC, que, com muita honra, exerci nos últimos 4 anos.
Saio com a consciência tranquila e a certeza do dever cumprido.
Junto com meus companheiros de Diretoria, com o pessoal do Departamento de Carnaval – Harmonia, Bateria, Carro de Som, casais de Mestre-Sala e Porta-Bandeira, Passistas, Velha Guarda, Destaques e Diretor da Comissão de Frente e Mestre de Cerimônias, e com nossos funcionários, não medi esforços para manter viva e em pleno funcionamento a nossa entidade e a nossa luta em defesa do samba, do esporte, do Carnaval e da Cultura Popular, num período particularmente difícil, sem a realização dos desfiles das escolas de samba nos últimos seis anos, muitas vezes com sacrifícios pessoais, familiares e até mesmo financeiros.
Nesses quatro anos, representei a nossa entidade, com respeito e dignidade, nas relações com as co-irmãs, Uniesbe, GDF, parlamentares, imprensa, co-irmãs cariocas, especialmente com nossa madrinha Portela, Liesa, Liga SP, Fenasamba, os parceiros e a nossa comunidade, sempre levando, honrando e defendendo o nome, a história e a tradição de nossa entidade, que é reconhecida e respeitada em todo o Brasil.
Um balanço de nossas atividades, eventos e realizações, nos últimos 14 anos, pode ser visto no Facebook oficial da ARUC, num texto assinado por mim, pelo Hélio e pelo Careca, assim como um detalhado e atualizado portfólio histórico de nossas atividades.
Ainda temos muitos problemas administrativos, financeiros e estruturais, mas tenho certeza que eles existem porque não conseguimos resolvê-los e não porque não tentamos buscar soluções para eles. Posso ter errado, e certamente errei. Mas nunca por omissão.
Além disso, sempre procurei, nesses anos todos, solucionar problemas e conflitos internos, buscar o entendimento, pacificar, agregar e unir a família cruzeirense, tratando a todos com serenidade, cordialidade e respeito.
Ao me despedir, deixo registrado um agradecimento aos meus companheiros de Diretoria e do Conselho de Administração, aos nossos funcionários, ao Departamento de Carnaval e aos nossos componentes, amigos e parceiros, que me ajudaram nessa tarefa, nos últimos 4 anos.
E um agradecimento especial ao amigo Hélio dos Santos, presidente do Conselho de Administração, que foi incansável, esses anos todos, sempre ao meu lado, na busca de soluções para os problemas da ARUC. Sem ele, tudo seria mais difícil.
Embora não seja nascido ou criado no Cruzeiro, nem pioneiro na cidade, me considero parte da raiz cruzeirense.
Frequento a ARUC, desde 1977, quando mudei para Brasília, e comecei a frequentar a quadra, nos eventos e ensaios, levado pelo saudoso jornalista Wilson Miranda, o Brother.
Em 1978, quando fundamos o Pacotão, por sugestão do Brother, procuramos o então presidente Nilton de Oliveira, o inesquecível Sabino, pedindo o apoio da ARUC para o bloco. No que fomos prontamente atendidos. E a Bateria da ARUC esteve junto com o Pacotão, desde o seu primeiro desfile.
Em 1988, quando deixei a Direção Geral do Detur, convidado pelo Esquerdinha e pelo Hélio, passei a participar mais diretamente da ARUC, entrando na Ala dos Compositores, e disputei o concurso de samba-enredo para o Carnaval daquele – Cantos e Encantos da Ilha da Assombração, em parceria com Siqueira do Cavaco e Valtinho. Chegamos na final, mas perdemos o samba para o Dilson Marimba. E desfilei pela primeira vez, na Ala dos Compositores.
Em 1989, com o afastamento do grande carnavalesco Roberto de Lima Machado, eu e o artista plástico Alexandre Lobão, tivemos a ousadia de propor um tema-enredo para o Carnaval daquele ano – Samba do Crioulo Doido – 100 Anos de Comédia, uma leitura satírica do Centenário da Proclamação da República. A sugestão foi aceita pelo Roberto, com quem nos reunimos várias vezes, e pelo Departamento de Carnaval, e o enredo foi para a avenida e foi campeão. Era o tetra da histórica série do nosso octa-campeonato.
A partir daí, fui autor, com a colaboração de outros companheiros, de 23 temas-enredo da ARUC, 15 dos quais foram campeões, e dois deles (o de 2003 e o deste ano) não foram para a avenida. E de vários sambas-enredo, sempre em parceria com Siqueira do Cavaco, Valtinho e Dilson Marimba, entre outros. E do Hino da ARUC, também em parceria com Siqueira do Cavaco.
Em 1990 entrei pela primeira vez na Diretoria da ARUC, como vice-presidente, e em 1991, assumi a Presidência, com o afastamento do presidente Carlos Fernando, para completar o mandato 1991/1992, o que se repetiu em 2009, para completar o mandato 2009/2010, com a licença do então presidente Hélio dos Santos.
Além dessas duas interinidades, fui eleito presidente para quatro mandatos – 2002/2004, 2010/2012, 2016/2018 e 2018/2020.
Nos doze anos em que fui presidente, a ARUC foi campeã de seis dos sete desfiles oficiais que participou e em outros cinco anos não houve desfile oficial.
Agora, depois de 43 anos de ARUC, 32 dos quais participando diretamente do dia a dia da entidade, me despeço, considero a minha missão cumprida e peço meu ingresso na Velha Guarda, por ter mais de 30 anos de serviços prestados à nossa entidade.
Peço desculpa pelos eventuais erros cometidos, desejo sucesso à nova Diretoria, que será eleita sábado, e me coloco, desde já, à disposição para colaborar, sempre que convocado, dentro das minhas limitações e possibilidades.
Saudações Cruzeirenses
Moacyr Oliveira Filho – Moa
Presidente
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