A
Diretoria vem por meio desta se pronunciar a respeito da retirada de grande
parte da cerca que delimita o lote no qual se encontra a ARUC há quarenta anos
e que vem gerando vários questionamentos sobre a razão desta retirada por parte
de componentes e moradores vinculados a nossa instituição.
Após
algumas gestões conflituosas no passado, as quais não cabem citar aqui,
recentemente foi possível manter uma relação institucional de muito diálogo
entre ARUC e Administração Regional do Cruzeiro, o que resultou em parcerias
proveitosas para nossa comunidade, com a realização de atividades culturais
como o Aniversário da cidade em nosso espaço, sempre aberto para a população; o
programa de capacitação no carnaval cuja terceira oficina se desenvolve no
momento e algumas benfeitorias na área feitas sempre com o investimento da
instituição, mas com o apoio dentro das possibilidades legais por parte da
gestão pública local.
Eis
que a retirada da cerca causou naturalmente grande comoção, pois careceu de
devida comunicação institucional entre as partes. Uma proposta de revitalização
daquele espaço foi recebida com curiosidade, porém, sempre se destacando a
importância em se manter ali o cinquentenário campo de futebol oficial no qual
jogaram craques da saudosa Associação Esportiva Cruzeiro do Sul campeã do DF em
1963, além de inúmeros moradores que cresceram jogando suas partidas naquele
campo.
Havia
o argumento por parte da Administração de que para realizar certas benfeitorias,
como a iluminação pública (de fato necessária para a área), seria preciso
remover a cerca. Tal entendimento nunca foi muito claro, e faltou comunicação
oficial entre as partes para executar esta ação. Importante dado precisa ser dito:
a proprietária da área é a Secretaria de Esportes do Distrito Federal e esta
não foi consultada a época pela Administração do Cruzeiro sobre a retirada.
Com
a cerca ao chão, a Secretaria de Esportes encaminhou ofício questionando a ARUC
sobre o acontecido (Ofício nº 561 de 26/08/2013 - SEL) e a mesma imediatamente
encaminhou seu questionamento por meio do Ofício nº 18 de 09/07/2013 para a
Administração o qual não foi ainda respondido.
A ocupação da
ARUC na Área Especial nº 08 foi legitimada por um Termo de Cessão de Uso em
1983, e embora não seja a dona do espaço, o Estado reconheceu o vínculo da
agremiação com a área ao instituir o registro como Patrimônio Cultural e
Imaterial do Distrito Federal inscrito no Livro de Registro II, das
Celebrações, nº 004, e no Livro de Registro IV, dos Lugares, nº 002. Este lote
é único e indivisível por se encontrar dentro da área tombada como Patrimônio
Cultural da Humanidade, assim como todo o Cruzeiro.
A
regularização da área vem sendo uma luta dos últimos anos, ao se buscar em
várias instâncias como a Procuradoria do Meio Ambiente e Patrimônio Cultural –
PRODEMA e o Ministério Público a renovação do Termo de Cessão de Uso.
Por
mais que a Administração Regional venha sendo uma grande parceira,
principalmente nos dois últimos anos, a retirada da cerca e a instalação dos
postes pétala nas posições em que foram colocadas junto com um Ponto de
Encontro Comunitário (PEC) criaram um grave problema qual seja a inviabilização
do tradicional campo de futebol naquela área e o próprio fracionamento do lote.
Nos
diálogos mantidos com a Administração Regional sempre foi cobrada a
apresentação do projeto completo para aquela parte do lote e este até hoje não
foi apresentado, o que causou maior desconforto e nenhuma certeza do que seria
feito ali.
A atual
construção de um espaço para a Associação Paz e Amor da Terceira Idade foi
prontamente acatada, pois temos pelos idosos do Cruzeiro um grande apreço,
parceiros que são nas atividades culturais e carnavalescas. Com o avançar da
obra, percebemos que o que está se construindo ali não atende o que foi
combinado e gera ainda mais preocupação sobre o uso que aquela parte da área irá
receber.
Solicitamos,
portanto, que a gestão pública local tome as providências cabíveis para a
restauração da cerca e do espaço do campo de futebol. Se, não era possível
realizar o que fora prometido, melhor seria não ter sido feito nada. A área
hoje encontra-se vulnerável e os
questionamentos feitos por setores da comunidade são cada vez mais
contundentes.
A ARUC
reafirma o seu compromisso em manter uma relação séria de parceria com o
Governo do Distrito Federal, por meio da Administração Regional do Cruzeiro,
mas precisamos esclarecer que não concordamos e entendemos como um erro sério a
retirada da cerca e a descaracterização de um espaço que faz parte da memória
afetiva e cultural dos cruzeirenses.
Cruzeiro,
06 de junho de 2014
A
Diretoria
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