segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Zé Ketti - a voz do morro

Ainda dentro do Temporadas Populares eu e Helio Lopes queríamos prestar uma homenagem ao sambista Zé Ketti, que já estava com a saúde debilitada e não conseguiria fazer um show. Colocamos então ele junto com o João Nogueira.


No dia do evento foi marcada uma entrevista na Praça do Cruzeiro, perto do Memorial JK, e orientei o pessoal da imprensa quanto às dificuldades de Zé Ketti se expressar. Uma repórter de televisão, porém, não entendeu bem o que avisei, e entrou ao vivo em uma entrevista com ele. Acabou dando errado porque ela perguntava uma coisa e ele respondia outra. Acabou havendo um corte na entrevista e todos entenderam e reverenciaram a figura de um sambista muito politizado e que fez parte da mudança que ocorreu a partir do momento que ele criou o grupo "A voz do morro" e que teve um grande apoio de intelectuais e da cantora Nara Leão, passando o samba a ocupar um espaço que antes não tinha.


No show na ARUC, pedi a Marcelo do Coisa Nossa para que ficasse ao lado dele, ajudando a cantar. Antes do show, pedi que ele cantasse "Mascarada", uma das obras primas do nosso samba e ele me perguntou, naquele seu jeito carioca, se eu gostava da música, pois era feita em cima de uma história real, com letra de Élton Medeiros. Ele conseguiu cantar alguns trechos e eu me dei por satisfeito por estar diante de uma das maiores personalidades do samba. Enfim, valeu a homenagem, uma vez que logo em seguida ele viria a falecer.


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